Depois de nos praticamente ter arrancado o coração com “Tríptico”, Karin Slaughter serve-nos agora “Fraturado” (Topseller, 2014), o segundo volume da série Will Trent, ficando desde já a promessa de “Génesis” chegar às livrarias em Junho deste ano.
Will Trent não anda propriamente com a vida facilitada, sobretudo depois de ter apanhado sete colegas a desviar dinheiro proveniente de traficantes de droga, entregando-os à justiça. Desta vez, o agente especial que sofre de dislexia e outras pequenas contrariedades – um segredo partilhado com Amanda Wagner, a chefe que tem o poder de levar os agentes às lágrimas -, terá pela frente um caso que, para lá do horror e da estranheza, o fará revisitar um passado longínquo, vivido num centro de acolhimento onde era carinhosamente tratado por caixote do lixo.
O cenário do crime que caberá a Trent desvendar é de novo horripilante: uma janela partida, uma pegada de sangue na escada e a visão de uma adolescente morta no chão, esfaqueada vezes sem conta. E, a juntar a isto, uma outra jovem desaparecida, que se encontrava no quarto no momento do assassinato.
A jovem morta é – aparentemente – filha de Abigail Campano, que tem como pai o influente governador Hoyt Bentley, pelo que o caso estará sujeito a um mediatismo extremo. Para dificultar a tarefa – além do facto de não se tratar de um rapto normal -, Trent terá forçosamente como parceira Faith Mitchell, filha de uma juíza que teve de se reformar antecipadamente por obra e graça de Trent, o que parece fazer desta investigação um trabalho à medida de um pequeno Hércules. Porém, se não for através desta dupla, ninguém mais conseguirá travar um brutal homicida que parece ter como alvo umas das comunidades mais ricas e privilegiadas da cidade de Atlanta.
Slaughter assume-se como uma das mais interessantes escritoras de thrillers da actualidade e, se “Tríptico” se lia como uma promessa, este “Fraturado” é para ser folheado já como uma certeza, dotado de um enredo intrincado, uma trama pintada a vermelho, uma energia que ameaça o acidente nuclear, uma violência sempre brutal e um agente excepcional, quase sem amigos dentro e fora da esquadra mas que, nestas páginas, andará muito bem acompanhado. Simplesmente obrigatório para os fãs de policiais à séria.
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