Vício
(latim vitium)
substantivo masculino
- Defeito ou imperfeição.
- Prática frequente de acto considerado pecaminoso.
- Tendência para contrariar a moral estabelecida. = Depravação,Libertinagem
- Hábito inveterado. = Mania
- Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).
“Vício”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013
Se o bem-estar físico e emocional é o principal motivador para o consumo de substâncias tóxicas, sejam elas quais forem, um sonho desproporcionado de alguém que sofre de solidão catalisadora de um transtorno psiquiátrico é o motivo suficiente para levar ao vício por algo inusitado: pela televisão. Sendo que, neste caso, a televisão é apenas um símbolo que significa a fuga de uma solidão absoluta, arrasadora e sangrenta. Pela aceitação social e pelo respeito dos restantes. Pela concretização de um sonho que nunca foi cumprido. Por um reconhecimento social que não aconteceu e que não acontecerá. E é disso que “Requiem por um Sonho” (Antígona, 2017), de Hubert Selby Jr., fala: do vício, da fuga e da crença desmesurada num futuro que não passa de uma ilusão.
A relação disfuncional entre mãe e filho, que poderá não passar apenas do medo do que que ele é capaz de fazer, do afastamento emocional entre ambos e da visão irrealista da vida. Sob perspectivas diferentes, somos levados a crer na realidade de ambos e em empatizar com personagens que vivem, afinal, em mundos tão distintos, embora os seus problemas sejam precisamente os mesmos: a droga, a incapacidade de pertença social, a falta de racionalidade, o enquadramento numa sociedade na qual eles não têm lugar e na qual vivem à margem.
Ao longo da história vamos passando pelas várias estações do ano: Primavera, Verão, Outono, Inverno, mas o leitor encontrará muito mais do que referências destas temporadas. Na verdade, vamos acompanhando o ciclo de vida destas personagens ao longo da história: na Primavera, o seu surgimento; no Verão, o desabrochar e a vivência de uma vida rica e plena; no Outono (Fall = queda), o início da destruição das personagens; e, por fim, o Inverno, com desfechos brutais e inimagináveis para cada uma das personagens.
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