Para miúdos e graúdos. Continua a ser este o lema da Orfeu Negro que, para este primeiro semestre de 2018, tem já preparado um vasto leque de edições.
Começando pelos mais crescidos, teremos já este mês a edição de “Desenhos Efémeros”, de António Jorge Gonçalves, um livro sobre a actividade performativa – desenho digital em tempo real e manipulação de objectos em retroprojector de transparências. Entre 2003 e 2017, o artista visual participou em mais de 150 performances, a solo ou em diálogo com parceiros como a banda Galandum Galundaina, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o pianista Bernardo Sassetti ou a coreógrafa Amélia Bentes, entre outros. O lançamento será no dia 23 de Janeiro no São Luiz Teatro Municipal.
Para Fevereiro teremos “Da Miséria Simbólica: A Era Hiperindustrial“, de Bernard Stiegler, que analisa as relações entre política e estética na era hiperindustrial, onde a estética se torna o campo de batalha de uma guerra económica e o cinema, enquanto arte e tecnologia, um local de resistência.
“O Design Que Não Se Vê”, de Mário Moura, será publicado em Março. Um conjunto de ensaios como resposta informal mas exigente a uma crise que se estende da cultura à política, passando pelo design, a economia, a arte, o comissariado e a própria crítica. Professor de História e Crítica do Design, Mário Moura escreve regularmente para jornais, revistas e antologias.
Em Abril sai o número 3 da Série II de Sinais de Cena, Revista de Estudos de Teatro e Artes Performativas. O número de 2018 é dedicado ao tema «Teatro e Crítica», com a participação de vários críticos internacionais e nacionais como Luiz Fernando Ramos, Diana Damian-Martin, José Alberto Ferreira ou Gustavo Vicente, entre outros. Para além de vários ensaios sobre artes performativas, este número inclui uma entrevista à bailarina e coreógrafa Marlene Monteiro Freitas e um portefólio dedicado ao trabalho cenográfico da malavoadora.
Muito prometedora parece ser a “História da Virilidade”, composta por três volumes, cuja publicação se inicia em Junho com “A Invenção da Virilidade. Da Antiguidade ao Século das Luzes”. O que significa hoje ser-se viril? E o que significava há cem ou mil anos? Estará a virilidade em crise nas sociedades contemporâneas? Uma História que irá traçar a genealogia da identidade masculina e a sua transformação ao longo dos séculos nas sociedades ocidentais. Dirigida por Alain Corbin, Jean-Jacques Courtine e Georges Vigarello, esta enciclopédia da virilidade conta também com a participação de autores de referência como Bruno Dumézil e Claudine Haroche, entre outros. O primeiro volume descreve a formação do ideal viril na Grécia e na Roma Antiga e acompanha as posteriores variações durante a época medieval e a Renascença.
A estreia em Portugal da autora bell hooks, feminista e activista norte-americana, acontecerá em Julho com a tradução de “Ain`t I A Woman” – título da tradução a definir mais adiante -, um clássico que discute a feminilidade negra através da análise do impacto do sexismo sobre as mulheres negras durante a escravatura, o envolvimento das mulheres negras nos movimentos feministas e o racismo entre feministas.
Para os mais pequenos 2018 promete ser um festim, a começar desde logo com a publicação, já este mês, de “O Regresso da Baleia”, de Benji Davies. “No Verão, o Noé salvou uma baleia na praia. Agora chegou o Inverno, e o barco do pai ainda não regressou do mar. Conseguirá o Noé encontrá-lo sem a ajuda da sua amiga baleia?” A continuação de “A Baleia”, que o Deus Me Livro considerou o melhor livro infantil de 2016.
Em Fevereiro chegam às livrarias “Um Capuchinho Vermelho”, de Marjolaine Leray, que recria o conto tradicional com muito humor e ilustrações de traço minimal, e também “Um Dia de Neve”, de Ezra Jack Keats, livro vencedor da Medalha Caldecott. Publicado em 1963, este é o primeiro livro com um protagonista negro na história do livro ilustrado.
Em Março a Orfeu irá lançar dois livros originais: “Horizonte”, o livro de estreia da autora e ilustradora Carolina Celas, e ainda um novo livro da autora e ilustradora Madalena Moniz.
“Boa Noite a Todos”, de Chris Haughton, chega em Abril, uma história para embalar criada pelo autor do livro “Mamã?”. Ainda em Abril teremos “O Lobo, O Pato & O Rato”, da dupla Mac Barnett & Jon Klassen – já premiada com a Menção Honrosa da
Medalha Caldecott -, onde um rato é engolido por um lobo e encontra um pato que vivia tranquilamente na barriga da fera.
Maio é mês de festa com a edição de “Quadrado”, o segundo livro da trilogia das formas que sucede ao “Triângulo”, novamente pela dupla Mac Barnett & Jon Klassen. Os foguetes continuam a ser disparados com o lançamento de “O Pior Aniversário da Minha Vida”, de Benjamin Chaud, onde o protagonista se vê na situação angustiante de ser o único convidado mascarado numa festa de aniversário.
As propostas para o primeiro semestre de 2018 encerram em Junho com “Ao Longo da Estrada”, de Frank Viva, o premiado designer que tem andado de bicicleta pelas ruas de Nova Iorque, ao longo do deserto da Índia e à volta das vinhas de França e de Itália, e uma edição especial de “A Baleia”, de Benji Davies, um pack especial que contém um livro de capa dura, acompanhado por um puzzle em 6 cubos com os quais se podem recriar seis ilustrações diferentes do livro.
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