“Deixámos de fazer sexo e assaltar bancos.”
Bem-vindos ao estranho e cativante mundo dos Criminosos do Sexo, uma estranha BD que tem como protagonistas Jon e Suzie, uma dupla que, quando faz sexo, tem o poder de fazer parar o tempo, podendo mover-se livremente num universo chamado de Cumworld.
Tudo parecia correr bem até que a Polícia do Sexo, qualquer coisa como os puritanos lá do sítio, decide colocá-los sob uma vigilância apertada, fazendo-os usar algo semelhante a uma pulseira electrónica – aqui chamada de sexofante – que emite um irritante “blup” sempre que pensamentos carnais despontam, fazendo com que, aos poucos, se vá instalando o fastio e a pouca prática física. Polícia que conta com Kuber Badal nas suas fileiras, alguém apontado como “o Batman do sexo desta cidade“.
Neste segundo volume, intitulado “Dois Mundos, Uma Polícia” (Devir, 2017), vemos ambos os protagonistas contarem à vez a sua história, dirigindo-se para uma câmara invisível à boa maneira de um The Office.
E, se Suzie considera estar do tamanho de uma baleia, cheia de manchas como uma adolescente e a fazer coisas tão parvas como comer pastéis do chão recorrendo à regra dos três segundos, Jon opta por um auto-diagnóstico que envolve cancro+sida, um caroço no estômago do tamanho de uma bola de golfe, uns vergões nas costas por cima do rabo e a mania da perseguição.
Tudo parece perdido para a dupla até darem de caras com a Dra. Ana Kincaid, do ramo da Horologia, em tempos conhecida como Jasmina Sta. Cocaína, alguém que com muito pulso – literalmente – e um nariz prodigioso para a aspiração conseguiu tirar curso atrás de curso antes de colocar um ponto final na má vida. E que, para seu contentamento, consegue também aceder ao Cumworld – ainda que numa forma bem diferente. Juntos irão planear uma insurreição, desconhecendo que a Polícia do Sexo não tem receio de entrar em ilegalidades para cumprir o seu propósito de castração.
Reunindo os números 6 a 10 da série, este volume apresenta igualmente conteúdos exclusivos, como sugestões sexuais dos autores – “Não se sinta mal se o seu parceiro ou parceira precisa de acariciar o seu próprio corpo, e o corpo do seu melhor amigo ou amiga, para alcançar o orgasmo” -, uma entrevista da dupla à revista Playboy, a galeria de capas e todos os avisos legais publicados obrigatoriamente nas capas – “Não quero que ao meus miúdos aprendam sobre o amor por meio de um nojento livro cómico”. Criminosos do Sexo já levou para casa os Prémio Eisner e Harvey para Melhor Nova Série. Venha de lá o terceiro volume.
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