“Encontrar uma agulha num palheiro não é nada difícil. Segue os passos“. As palavras animadoras pertencem a Madalena Matoso, autora de “Não é nada difícil” (Planeta Tangerina, 2017), o Livro dos Labirintos onde, com a ajuda de uma única regra – andar apenas por caminhos brancos -, se avança numa história composta por 14 diferentes labirintos.
A dificuldade avança em crescente até ao último labirinto, que está ao nível do Labirinto de Creta, desenhado pelo arquitecto e artesão Dédalo, a pedido do Rei Minos, para que o Minotauro, uma criatura com o corpo humano e uma cabeça de touro, dele não conseguisse escapar.
Cada um dos labirintos está associado a um desafio, que para além do sentido de humor vai actuando em modo de bola de neve: a lupa que se apanhou num labirinto servirá para encontrar uma pulga num elefante; uma maçã ganha com muito esforço poderá ser oferecida a um cavalo; o garfo entregue por um chef bem-disposto servirá para caçar a única ervilha que, por artes mágicas, foi parar a um prato de esparguete.
As ilustrações circulam entre a sobriedade do preto, a cor dos tijolos com que se constroem estes labirintos, e explosões fluorescentes em tons de rosa e amarelo, que ajudam a criar uma atmosfera com alguma fantasia na procura da única saída. Um livro para ler de lápis e borracha na mão, caso não se dê com a estrada certa à primeira tentativa.
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