Depois de “Deadpool”, a Goody dedica agora o segundo Especial a Wolverine, a braços com uma terceira idade onde, apesar de não haver sombra de Alzheimer, a confusão reina de forma quase triunfal.
A entrada em “O Velho Logan: Zonas de Guerra” (Goody, 2017) não será fácil mas, com ajuda de um prefácio bem composto e uma história em lume brando que na recta final acelera para o modo chama máxima, o leitor ficará a ruminar quando poderá deitar mãos aos fascículos seguintes desta história escrita por Brian Michael Bendis e desenhada por Andrea Sorrentino.
Por esta altura, aquilo que conhecemos por multiverso foi destruído, uma vez que os heróis das Terras -616 e -1610 foram impotentes para o salvar. Resta apenas o Mundo de Batalha, um enorme planeta retalhado composto por fragmentos de mundos que já não existem, mantido por um deus e senhor chamado Victor Von Doom.
Entre estes domínios, há um que foi dizimado por uma guerra entres os seus heróis e vilões, por onde caminha um homem conhecido como O Velho Logan que, 50 anos antes, havia jurado não mais utilizar as suas garras ou soltar a sua raiva, depois de ter assassinado todos os seus companheiros dos X-Men manipulado pelas ilusões de Mysterio.
Promessas leva-as o vento, já se sabe, e quando Hulk e o seu gangue mataram a mulher de Logan e o seu filho, Logan massacrou de volta a família do Monstro Verde, trazendo consigo um único sobrevivente – um bebé. Voltou depois a prometer esquecer a vida de super-herói e fazer do mundo um lugar melhor, mas as coisas não correram como esperava, obrigando-o a viver um inferno que se repete a cada novo amanhecer: “Sou suficientemente velho para me lembrar do tempo em que não era tudo um inferno“.
Quando descobre o capacete de um Ultron, decide escalar a muralha e espreitar o outro lado, mesmo que isso implique ter de lidar com a Thor e, com muito azar, com o próprio Doutor Destino. Logan irá viajar a um tempo onde nem Tony Stark ou a sua armadura ouviram falar dele ou de qualquer X-Men, mas o pior chegará quando se vir atirado para a Terra dos Mortos, um lugar onde “não há sol, não há lua… nem sequer há dia e noite“, e onde encontra uma velha conhecida de nome Jeniffer capaz de matar por uma guloseima. Com a sua ajuda, Logan irá regressar à sua Nova Iorque, a cidade que conhece como “O Sovaco de Deus“, pronto para agarrar uma segunda e rara oportunidade.
As ilustrações são aqui servidas em estilo de mosaicos, com ar de ecrãs fragmentados, como se uma câmara em modo drone andasse a cirandar por vários universos, tempos, e temperaturas. A violência domina numa história onde, segundo Emma Frost, Wolverine é a prova de que Deus ou alguém fez algo de muito errado, e que “talvez só um sacana possa vencer um sacana maior“. A sacanagem irá continuar no número 1 de X-Men, a nova série em 14 volumes cuja publicação terá início a 29 de Dezembro. Velhos são os trapos meus amigos.
Inclui:
Old Man Logan(vol. 1) #1-5 – Argumento: Brian Michael Bendis
Desenho e Arte Final: Andrea Sorrentino; Cores: Marcelo Maiolo
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