Depois de termos falado de dois volumes em modo 101, virados para as muy nobres artes do Cinema e da Literatura, descemos agora alguns degraus no nível para apresentar outros dois títulos da colecção, que trocam as artes pelo divertimento puro e duro.
Em “101 Coisas Para Fazeres Quando Vais à Casa de Banho” (Booksmile, 2017), o importante é mesmo entrar no espírito da coisa: Vais fazer cocó? Ao menos diverte-te! Sim, porque até mesmo presidentes, modelos e rainha de Inglaterra fazem cocó, podendo cada um de nós ser designado, como se lê a certa altura, de “cocozista profissional“.
Pretende-se assim transformar um rotina vulgar e aborrecida em algo divertido, através de jogos e quebra-cabeças, cada um deles classificado por um cheirómetro consoante o nível de dificuldade. Ao todo são 77 actividades para realizar na sala real ou, se preferirem, na casinha – ou ainda trono de porcelana -, desde descobrir as diferenças, fazer sopas de letras, desvendar labirintos, resolver jogos de palavras, solucionar problemas ou falar como um poeta sobre a arte de dar puns.
Pelo caminho descobrem-se algumas curiosidades – como o facto de ao longo da vida uma pessoa fazer cocó cerca de 25 mil vezes, ou de 30% das pessoas se levantarem da sanita para se limparem – e, no final, são dadas todas as soluções para os desafios do livro. A partir do desafio 78 deixamos o trono e procuramos uma secretária confortável, dando seguimento a sugestões catitas para aproveitar os rolos de papel higiénico já gastos, construindo braceletes de super-herói, um bowling, uma tartaruga-ninja ou um escorrega para berlindes.
Já “101 Partidas de Meter Nojo” (Booksmile, 2017) é feito de histórias repugnantes, piadas foleiras, muito divertimento e partidas para deixar quem as pratica e quem as recebe completamente enojado. O lema é mais ou menos este: “Brincar com coisas nojentas é a melhor maneira de desenvolver uma verdadeira paixão pela ciência“. Antes das partidas, porém, apresenta-se um guia de iniciação, onde se aprende a escolher uma actividade, juntar os ingredientes necessários, guardar as obras de arte mais nojentas, deitar fora o que se estragou e algumas preocupações domésticas e cuidados a ter.
Mora aqui um verdadeiro mini-tratado do nojo. Para o vómito, por exemplo, aprende-se qual o nome científico – emese -, o significado – a expulsão activa e involuntária do conteúdo pela boca (e por vezes pelo nariz) -, nomes alternativos – como regurgitar, golfar ou o clássico chamar pelo Gregório -, as razões para o seu aparecimento – comida estragada, comida a mais, tonturas… -, curiosidades – como o facto de os astronautas terem deixado sacos de vomitado vazios na lua -, anedotas – O que se dá a um limão enjoado? Limonada – e, claro uma actividade. – como fazer um vómito que brilha no escuro. Mas nem só de vómito se faz este compêndio da nojeira. Há também ranho, urina, gás, cocó, sangue, medicina, criaturas viscosas e rastejantes, bactérias, zombies, cenas do nosso corpo, casas de banho e poluição. Viva o nojo, apetece dizer.
Sem Comentários