No que toca a adaptações Marvel ao pequeno ecrã, a Netflix, plataforma que já nos ofereceu ou tem partilhado coisas tão fantásticas como Stranger Things, Peaky Blinders ou Master of None, não tem sido particularmente feliz.
Um desses exemplos dá pelo nome de Punho de Ferro que, na mesma linha de um Arrow, transforma um super-herói num tipo de carinha laroca que se julga engraçado e que tem uma fila de babes a baterem-lhe à porta – para gajos ricos já nos basta o Batman, esse sim um endinheirado cool. Já a banda desenhada que lhe serviu de inspiração, a julgar por “O Imortal Punho de Ferro: A Última Saga do Punho de Ferro” (G. Floy, 2017), escrito por Ed Brubaker e Matt Fraction – e ilustrada por David Aja com uma série de outros colaboradores -, merece um olhar e uma leitura mais atenta.
Estamos nas montanhas de K’un-Lun, numa aldeia insignificante com cerca de 300 almas, dominada pelo Exército do Khan. Isto até ao ano de 1227 d.c., momento que marca o surgimento do Punho de Ferro, que viu o destino ser cumprido quando mergulhou as mãos no coração derretido do dragão nas cavernas de Shou-Lao, o Imperecível, começando então uma linhagem que se estende até aos nossos dias.
Danny Rand é o actual Punho de Ferro, escondido atrás da fachada das Indústrias Rand, que em boa verdade já conheceram melhores dias, enfrentando uma aquisição hostil por parte da Wai-Go, uma empresa chinesa que tem a Hidra do seu lado.
Para o ajudar na missão mais difícil da sua vida, Danny irá contar com a preciosa e aparentemente impossível ajuda de Orson Randall, um Punho de Ferro avistado pela última vez em 1933, que nos irá contar a história de como a família Randall veio para K’un-Lun. E de como Davos, a Serpente de Aço defensora da antiga e venerada cidade de K’un-Zi, se prepara para uma saborosa vingança com uma mãozinha da Mãe Grua, uma entidade que dá à luz a cada 300 anos.
O livro oferece ainda uma história publicada no número especial Civil War: Choosing Sides, na transição entre a história de O Demolidor – quando Rand fingia ser o homem sem medo para proteger a identidade deste quando estava na prisão – e o início desta saga do Punho de Ferro.
Preparem-se para uma sucessão de golpes tão fixes quanto o Golpe da Estrela Dourada, o Corte da Pomba Ardente ou a mais desenrascada Cabeçada à Brooklyn. E isto sem as falinhas mansas netflixianas. O próximo volume, que nos deixou à porta do Torneio das Cidades Celestiais, promete ser um festim.
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