O pequeno coelho está ansioso. Afinal, aproxima-se – ainda que devagar para a sua impaciência de coelho – o dia do parto da sua mãe, que irá trazer-lhe “Mais Um” (Kalandraka, 2017) irmão ou irmã.
À repetitiva e cada vez mais insistente pergunta, a mãe vai tratando de responder quase sempre a mesma coisa: “Vai nascer quando já não conseguir ver os meus pés“. Achando a resposta demasiado vaga e pouco apontada ao calendário, o coelho vai perguntando também aos outros animais que encontra nas suas deambulações pela floresta, mesmo que as respostas sejam do mesmo calibre daquelas dadas pela mãe. O pica-pau, por exemplo, atirou-lhe um “Vai nascer quando acabar o berço que lhe estou a fazer“.
O espírito inventivo e premonitório do coelho não se deixa porém abalar, projectando tudo aquilo que irá fazer quando o novo membro da família nascer – “Oooh! Quando formos mais um, podemos…” -, que pode ir desde andar de carrinho de rolamentos a construir um boneco de neve. Até que o dia chega finalmente, trazendo algo de muito inesperado.
“Mais Um”, com texto de Olalla González e ilustrações de Marc Taeger, assenta numa estrutura repetitiva a três níveis: nas perguntas cíclicas do pequeno coelho à sua mãe, na forma como este anuncia a boa nova aos outros animais da floresta e nas brincadeiras que vai idealizando para o futuro. Tudo transmitido com muita ternura e emoção, em ilustrações a aguarela de tons suaves que realçam sobretudo os olhos dos animais, delirantes com a boa nova que se aproxima. Recomendado para coelhos e coelhas a partir dos 4 anos de idade.
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