O terceiro número da revista Tio Patinhas traz-nos mais uma história da série A História de Arte do Mickey, desta vez protagonizada de forma bastante improvável por Peninha, que irá levar a peito a missão um pouco utópica de o aluno superar o mestre. E atenção que não se trata de um mestre-escola ou um mestre-de-cerimónias qualquer, mas sim de Andy Duckhol – que, no BI e na vida fora dos quadradinhos, assinava como Andy Warhol, entrando nos livros de história de arte como o mais entusiasmante artista daquilo que ficou conhecido como a Pop Art.
As referências ao trabalho de Warhol são uma constante, sejam elas o próprio nome da história – A Fábrica de Andy Duckhol -, uma vez que Fábrica foi o nome do seu primeiro estúdio em Manhattan, que chegou a ter as suas paredes forradas a papel de alumínio e verniz prateado. Não falta alusões à famosa lata de sopa de tomate Campbell, à serigrafia e às cópias em série, às capas de discos – aqui a banana do disco mais famoso dos Velvet Underground dá lugar a uma fatia de melancia -, a utilização do vídeo para filmagens de horas sem acontecer nada ou os seus retratos de pessoas e personagens famosos.
Os Metralhas, porém, têm uma visão artística mais camuflada, recorrendo à inspiração em Christo, o embrulhador de edifícios de origem búlgara, para operar uma instalação artística onde pela milionésima vez irão tentar assaltar a caixa-forte.
O Professor Terror tem também lugar de destaque, apresentado aos leitores numa história dupla do Superpato, que lidará com a concorrência do Pat-Man, descrito pela imprensa como “o novo e mais poderoso super-herói ao serviço da lei“. De repente, de figura querida de Patópolis o Superpato vê-se desterrado para a pequena cidade de Poppletown, condenado a levantar-se com as galinhas para ver se ninguém rouba um ovo.
Em Questões de Segurança, as medidas anti-roubo são reforçadas até que o rubi kupistani vermelho seja transportado para uma mina de sal ultra-segura do oeste. Patinhas contrata o agente Marlo Fillip, perito em segurança, que o aconselha a despedir praticamente todo o pessoal por suspeitas de conduta imprópria. No final resta Donald para servir de pombo-correio, numa história que parece esconder um lema-azulejo bem ao gosto do Tio Patinhas: a sovinice é a melhor amiga do pato.
O convidado especial desta edição é o Mickey que, juntamente com o Pateta, terá de descobrir o mistério à volta de uma vaga de assaltos, que parecem ter algo em comum: durante os roubos, cada casa e todo o seu recheio ficam monocromáticos. Uma tarefa detectivesca apenas à altura do Grupo Especial dos Mistérios Mais Misteriosos do Coronel Cintra. Já o Pardal é estrela numa curta história que poderia ter como banda sonora o Alphavílico “Forever Young”.
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