Enquanto as forças imperiais estão concentradas no crescente poder da aliança rebelde, contrabandistas e piratas aproveitam para viajar pela galáxia em busca da fortuna. Entre esses aventureiros destemidos está Lando Calrissian que, neste “Star Wars Lando” (Planeta, 2017), está ainda muito longe de chefiar a Cidade Nube.
Apesar do grande jogo de cintura e de uma conversa que consegue levar muito boa mulher à certa, Lando encontra-se perigosamente nas mãos de Papá Toren, um gangster que comunica através daquilo que parece ser um gremlin com asas – e a quem Lando deve uma pequena-grande fortuna.
O plano para a redenção – pelo menos a económica – está, porém, traçado: roubar uma nave pertencente ao Império, ficando depois com todo o seu recheio para venda. O problema está em que esta não é uma nave qualquer, pelo que um mercenário de nome Chanath Cha irá no encalço de Lando que, pelo sim pelo não, contratou como guarda-costas os temíveis e muito silenciosas gémeos Aleksin e Pavol.
Se houvesse uma – de entre as muitas – teoria que defendesse que Lando e Han Solo seriam irmãos ou, vá lá, meios-irmãos, a coisa até tinha pernas para andar. Afinal, ambos partilham uma vida ao largo da lei e a paixão pela mesma nave. Porém, e apesar da muita lábia, Lando mostra ter um lado mais obscuro do que Solo, que dificilmente trairia os seus amigos – poderia achar que sim mas, no final, acabaria sempre por dar aquele passo atrás.
Ainda assim, não deixa de ser curioso que, apesar de ter sido responsável directo do ataque ao núcleo e da captura de Solo, aprisionado para gáudio de Jabba the Hutt num bloco de carbonite, juntar-se-á depois ao seu resgate, liderando também o ataque à Estrela da Morte a bordo da Millenium Falcon, cedida amavelmente por Solo.
As cores usadas neste volume – que reúne os números #1-5 de Star Wars Lando – são quentes, orquestrando um bailado visual que se esgueira por entre pranchas de BD que se assemelham a quadros expostos num museu cinéfilo. As muitas faces de Lando Calrissian começam a ser mostradas aqui.
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