Se se levasse a cabo uma votação mundial para eleger o super-herói mais irritante, desbocado e mal cheiroso, certamente haveria uma escolha quase unânime: Deadpool. Estamos, porém, a lidar com um estranho caso de popularidade, a que muito ajudou a adaptação cinematográfica levada a cabo por Tim Miller, num muito original e inesperado filme que está a milhas das muitas e más películas – e sobretudo séries – que têm saído nos últimos anos com o selo Marvel.
Deadpool é precisamente o super-herói escolhido pela Goody para o lançamento da Marvel Especial, uma nova colecção com uma periodicidade mensal que será dedicada a um leque de heróis de certa forma afastados do mainstream (ou na segunda divisão deste). Depois de Deadpool há já dois novos lançamentos em agenda: “O Velho Logan”, composto por “Old Man Logan” #1 a #5 (21 Novembro), e “Guardiões da Galáxia, que reúne Guardians of the Galaxy: Mother Entropy #1 a #5 + Guardians of the Galaxy Team Up 10 (Rocket/Deadpool), com publicação a 19 de Dezembro.
Em “O Mercenário Desbocado” (Goody, 2017), Deadpool é o descontraído e informal líder de um estranho empreendimento chamado “Deadpool Heróis de Aluguer” que, por uma boa maquia de dólares – ou, na maior parte das vezes, em regime pro bono -, fornece num misto de carnaval e circo composto por um ou mais super-heróis, todos com a indumentária oficial Deadpool, prontos para actuar em nome do capitalismo – e, se der jeito, da justiça. Afinal, o lema está lá: fazer do mundo um lugar melhor e ganhar montes de dinheiro ao fazê-lo.
A vida de Deadpool está porém complicada. Para lá de ver a conta bancária a descer a pique, tem a polícia à perna por suspeita de ter morto um comissário, Clinton Barton insatisfeito pelo seu estatuto de Vingador, uma rebelião laboral por falta de pagamento e um tipo chamado Madcap que, depois de ter passado bastante tempo na sua cabeça, ficou para lá de louco e com uma sede de vingança equivalente ao de se passar cinco dias a fio no deserto. Para adensar ainda mais o quadro, o Mercenário Tagarela diz ter a armadilha perfeita para fazer o inimigo sair da toca: a inocente Eleanor, filha de Deadpool. Com uma linguagem e imagens que, fazendo jus à reputação de Deadpool, poderão ferir a susceptibilidade dos leitores mais sensíveis. Em suma, esta BD não é para meninos.
Inclui:
Deadpool #1-5 (2015), por Gerry Duggan, Mike Hawthorne, Terry Pallot, Val Staples e Guru-eFX
Deadpool #900 (1997): Close Encounters of the @*#$ed-up Kind, por Jason Aaron, Chris Staggs, Juan Vlasco e Marte Garcia
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