Para os leitores apaixonados pelo mundo da fantasia 2014 foi, sem dúvida, um grande ano, mesmo que o início da publicação da saga A espada da verdade em Portugal tenha, de certa forma, passado ao lado de muito boa gente.
Da autoria de Terry Goodkind, esta é uma série de 14 romances que segue Richard Cypher, Kahlan Amnell e Zeddicus Zorander na sua difícil missão de impedir que o mundo dos vivos seja coberto de sombras.
Apesar de cada livro ter sido escrito como um romance independente – apenas os três últimos funcionariam como uma trilogia -, o melhor será optar pela leitura na ordem cronológica, começando por “A primeira regra dos feiticeiros” (Porto Editora, 2014) que, na edição portuguesa – à semelhança do que vem acontecendo, por exemplo, com as Crónicas do Gelo e do Fogo, de George R. R. Martin -, foi publicado em dois volumes.
O primeiro volume (ler crítica aqui) serviu de apresentação a Richard Cypher, um jovem guia de Hartland que passou a maior parte da sua vida na floresta, conhecendo assim todas as plantas pelo seu nome ou aspecto. Será num desses passeios que se deparará com uma mulher misteriosa – e linda – chamada Kahlan Amnell, que lhe diz ter vindo da Terra Central, o que implica ter cruzado a – supostamente – intransponível barreira erguida à volta da Terra Ocidental, criada muitos anos antes de Richard nascer e que a separa tanto da Terra ocidental como de D’Hara, a terra do temível Darken Rahl, praticante da mais temível magia negra.
Ao longo do tempo, Darhen Rahl conseguiu diminuir a força das fronteiras, e são já muitos os emissários negros que têm conseguido atravessá-las para espalharem o terror e o caos. Rahl activou a magia das três caixas de Orden – apesar de apenas ter duas delas na sua posse -, e apenas um Grande Feiticeiro poderá impedi-lo de implantar um regime déspota.
Neste segundo livro, a missão de Richard e Kahlan é muito clara desde o início: reunir as caixas de Orden e frustrar os planos de Darken Rahl, cuja sede de vingança tem conduzido os seus mundos ao infortúnio. Se Rahl conseguir o que deseja, a vida como é conhecida será extinta, e um novo e opressor regime tomará conta de todas as terras.
Depois de muitas deambulações e perguntas, os dois descobrem que a última caixa – aquela a que Rahl não conseguiu ainda deitar a mão – está na posse da terrível rainha Milena. Por sorte, pressentindo o enorme perigo, o feiticeiro da rainha, de seu nome Giller, entregou a caixa a uma pequena rapariga chamada Rachel antes da chegada de Rahl, sem esta saber que carrega um fardo do tamanho do reino.
Será neste livro que Richard irá conhecer a dura verdade: uma confessora – aquilo que Kahlan é – usa o poder do amor para destruir a mente de um homem, fazendo dele um escravo absoluto, disposto a morrer se for essa a vontade da sua senhora. O que torna o seu amor aparentemente impossível, a não ser que o amor seja trocado pela sua ilusão.
Há, porém, uma verdade ainda mais perturbadora, que lhe será revelada quando ler a Rahl o livro das sombras contadas, fazendo com que este decida qual das três caixas abrir para tomar o poder. Abrirá ele a caixa certa, convicto de que o portador da espada da verdade não pode mentir?
Espera-se agora que a Porto Editora continue a publicação da saga, oferecendo aos leitores portugueses uma das mais entusiasmantes aventuras do domínio da fantasia.
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