Gaston é um buldogue entre caniches, que gosta de corridas desenfreadas, de se aplicar nas lições e de oferecer longos sorrisos. Já Antoinette é uma caniche entre buldogues, que detesta coisas limpas, lindas ou que sejam da cor lilás.
Um dia, durante um passeio no jardim, as famílias Buldogue e Caniche encontram-se, e percebem que, a certa altura das suas vidas, terá havido uma troca entre uma das suas crias. Regressam então a casa, cada família finalmente reunida, mas ao contrário do esperado as coisas complicam-se: Antoinette tenta brincar com as suas irmãs, mas estas são tão arrumadas e limpas que Antoinette decide antes dar ao dente nas almofadas e atirar com tudo ao chão. Já Gaston vê refreado o seu desejo de interacção quando vê os seus irmãos a fazerem um chinfrim de todo o tamanho, ele que adora o binómio da paz e sossego. O que fazer então, perguntam as mães de ambos?
“Gaston” (Orfeu Negro, 2017), com texto de Kelly DiPucchio e ilustrações de Christian Robinson, aborda de forma original e muito canina o tema do amor e da diferença, mostrando que este não deve ser limitado a convenções ou ser dado como garantido apenas pelo sentimento de pertença ou pelo código genético. Ou, como diriam os nossos avós, os avós destes e por aí fora até ao infinito, as aparências iludem.
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