Chegou com cerca de duas décadas de atraso às livrarias nacionais, mas a verdade é que A Espada da Verdade, saga saída da imaginação do americano Terry Goodkind, continua a ler-se como uma das mais fascinantes séries do universo fantástico, com muita violência, espírito de intriga e punhaladas atrás das costas.
“O Sangue da Virtude I” (Porto Editora, 2017) é o quinto livro da história que tem como protagonista o jovem Richard, filho do temido Darken Rahl, que depois da morte deste assumiu definitivamente o seu destino de feiticeiro guerreiro, deixando para trás uma vida tranquila de guia florestal e preocupações ligeiras.
Na companhia de Gratch, o gar – um animal feroz e pouco dado ao contacto humano -, e das Mord-Sith, implacáveis guerreiras para aqueles que se lhes opõem fazendo uso de magia, Richard irá enfrentar O Sangue da Virtude, uma seita formada por mercenários fanáticos que vêm a magia como o meio através do qual o Guardião influencia os homens, cabendo-lhes a missão de enviar para o mundo dos mortos todos os seres mágicos.
“Já não havia lugar no mundo para uma religião antiga e moribunda denominada magia“, ouve-se um pouco por toda a parte, sendo o seu extermínio – na visão de Richard – a grande demanda da Ordem Imperial, que acredita que sendo esta criada pelo Guardião, “o destruidor, a perdição da luz e da vida, o hálito da morte“, só pode ser a maldade incarnada. Richard irá assim assumir a pele de um ditador, obrigando cada um dos povos a escolher um dos lados – o seu ou o da Ordem Imperial -, uma vez que a Terra Central deixou de existir, deixando cada um por sua conta.
Ao mesmo tempo, Verna é inesperadamente designada Madre Confessora, vendo-se perdida num mundo de burocracia onde parece haver pouco espaço para algo mais do que tratar de assuntos mundanos. Mas são muitas as pontas soltas por atar, contando Verna com a ajuda do amigo Warren para traçar profecias e descobrir o que preparam as Irmãs das Trevas, e também quantas delas se escondem por detrás da aparência de Irmãs da Luz.
Entretanto, os tambores que se fazem ouvir incessantemente são o prenúncio da chegada do Viajante dos Sonho que, depois de Richard ter destruído as Torres da Perdição – que separavam o Velho e o Novo Mundo -, tem caminho aberto para o regresso. Um dos melhores livros da série que deixa água na boca para a segunda parte, que está também disponível nas livrarias.
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