A Kalandraka continua a sua nobre missão de publicar as obras de Maurice Sendak (1928-2012), autor que, desde 1951, produziu mais de 90 livros infantis, numa carreira recheada de prémios: em 1970 recebeu o Prémio Andersen e, em 1983, o Prémio Laura Ingalls Wilder; em 1996 o Governo dos Estados Unidos entregou-lhe a Medalha Nacional das Artes; em 2003, foi-lhe concedido o Prémio Internacional Astrid Lindgren de Literatura Infantil (conjuntamente com a austríaca Christine Nöstlinger).
Publicado pela primeira vez em 1956, “A Janela de Kenny” (Kalandraka, 2017) foi o seu primeiro livro enquanto autor do texto e das ilustrações, sendo um exemplo maior do lirismo, sensibilidade e dimensão onírica que atravessam toda a sua obra.
Através do pequeno Kenny e dos seus pensamentos profundos entramos no território dos sonhos, das questões existenciais e da sede de fantasia, tudo servido com a delicadeza dos traços e a suavidade das cores que são, também, uma particularidade das ilustrações de Sendak.
Kenny viaja apesar de não sair fisicamente do quarto, tendo por companhia um urso de peluche, dois soldados de chumbo e uma cadela, que testemunharão a grande jornada de Kenny na tentativa de descobrir as sete respostas às sete perguntas colocadas por um galo de quatro patas num jardim com a lua de um lado e o sol do outro. No que toca à arte de sonhar e de olhar o mundo através dos olhos de uma criança, Maurice Sendak foi definitivamente um rei.
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