Foi em tempos conhecida por TifAni FaNelli mas, depois de uma adolescência conturbada e muito dolorosa, cresceu para se transformar em Ani, uma mulher que, a uma vida aparentemente perfeita, onde se inclui um guarda-roupa de fazer inveja a muito boa mulher, está a semanas de juntar um casamento com um homem podre de rico.
Trata-se de um casamento preparado ao pormenor, mas a chegada de um antigo professor e a realização de um documentário sobre os tempos de liceu trazem a dúvida e a inquietação ao espírito de Ani que, com a linha de meta tão perto, começa a ter medo de tropeçar.
Em “A Rapariga mais Sortuda do Mundo” (Editorial Presença, 2017), Jessica Knoll presenteia o leitor com um thriller psicológico muito bem desenhado, contado na primeira pessoa, onde o leitor assiste da primeira fila a uma história de reinvenção marcada pela mentira, pela violência, pelo desejo de esquecer e por uma sede de vingança que vai ardendo em lume brando.
Ainda que a parte final perca algum do negrume, fazendo com que Ani se assemelhe de certa forma a Lizzy Tucker, a personagem saída da imaginação de Janet Evanovich, “A Rapariga mais Sortuda” tem cambalhotas mais do que suficientes para prender a atenção do leitor. Dentro das muitas e variadas propostas literárias neste tipo de thrillers, este é sem dúvida um dos mais conseguidos que chegou às livrarias nos últimos meses.
“Percebi que havia uma espécie de protecção no sucesso e que o sucesso se definia pelas ameaças que fazíamos ao subordinado do outro lado da linha, pelos sapatos dispendiosos que aterrorizavam a cidade, pelas pessoas que se afastavam da nossa frente simplesmente porque tínhamos ar de quem tinha coisas mais importantes para fazer do que ocuparmo-nos delas. Algures pelo caminho, incluí também um homem nesta definição de sucesso. Decidi que só tinha de alcançar isso para nunca mais ninguém me poder magoar“.
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