No Magisterium, o clima é de festa e celebração. A cabeça do Inimigo da Morte rolou e o mundo mágico concede a Callum, Tamara e Aaron o título de heróis, com direito a uma festa onde, ainda assim, não deixa de pairar um certo mau-estar e olhares de desconfiança entre os magos.
Inevitavelmente, a celebração dá lugar à consternação quando uma aluna é assassinada, confirmando os piores receios de Call: existe um espião no Magisterium – o mesmo que libertou um monstro elemental e lhe ordenou que assassinasse o makar Aaron Stewart – e, enquanto este – ou esta – não for encontrado, dificilmente alguém estará a salvo.
A comunidade de magos está claramente dividida e, numa assembleia extraordinária, discute-se a possibilidade de extermínio dos animais reféns do caos, seres criados por Constantine Madden quando, ao fazer experiências terríveis, colocou o caos na alma dos animais, esticando ainda mais a corda quando reanimou os mortos para tentar trazer de volta o irmão.
O que muitos não sabem é que Call encerra em si a alma de Constantine, algo que tenta esconder a todo o custo sob pena de acabar com a cabeça a prémio. Caberá a ele, a Aaron e a Tamara descobrir o espião e, assim, evitar a morte de animais que, segundo eles, poderão coexistir mesmo tendo dentro de si o caos.
Neste terceiro ano escolar, que equivale ao ano de bronze, a lição é clara: aprender o que é a responsabilidade moral. Para isso Call e amigos terão a ajuda do sempre imprevisível Warren, o pequeno lagarto que conhece todos os recantos do Magisterium, mas terão de se colocar de sobreaviso em relação à misteriosa Anastasia Tarquin, “com as suas jóias e a sua postura erudita e arrogante“.
Em “A Chave de Bronze” (Planeta, 2016), o terceiro livro da saga Magisterium, Holly Black e Cassandra Clare continuam a mostrar-nos o percurso de um adolescente que encerra nas profundezas do seu ser um segredo enorme, e que tenta não ceder ao lado negro da magia no caminho para se tornar num grande mago. Ainda que o início seja pouco prometedor, as autoras aumentam a temperatura no último terço do livro para um final em grande. Que as férias escolares acabem depressa.
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