Se Portugal é conhecido por ter abraçado, ao longo da sua história, o clima dos três efes, “O Quebra-Cabeças” (Kalandraka, 2017) de Diego Bianki prefere, antes, atirar-se aos três erres sob a forma de um lema: recuperar, reciclar e reutilizar.
Diego convida a uma espécie de pausa na tarefa da reciclagem, pelo menos no que diz respeito às rectangulares caixas de cartão que servem de abrigo a fósforos, de casa a lâmpadas ou de área de descanso a orgulhosos palitos, e que servirão para criar, depois de desenhadas e pintadas, um quebra-cabeças – ou, se preferirem, um puzzle.
Neste livro onde as ilustrações surgem sob a forma de fotografias, fala-se da diferença como algo essencial, tanto para construir a individualidade como para potenciar a existência de um Nós, lugar de misturas e de encontro de identidades. Isto na primeira parte do livro, que segue um formato aproximado de história, pois a segunda metade transforma-se numa aula de trabalhos manuais onde se aprende a construir, com a ajuda de instruções visuais e muitas dicas, quebra-cabeças que podem ir de monstros com muita piada a automóveis de corrida ou passeio. Um livro muito original que recebeu uma menção na Feira do Livro de Bolonha 1016 (categoria de “Disability”).
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