E eis que, ao volume 34 de Baby Blues, surge como título uma das expressões mais utilizadas pela pequenada, normalmente quando dão de caras com os pais a trocar inocentemente saliva ou vêem alguém a comer uma comida que não lhes agrada: “Ca’ Nojo!” (Bizâncio, 2016).
Agora com três filhos, Darryl e Wanda continuam a viver em modo zombie, rendidos à inevitabilidade da parentalidade e sonhando com os momentos em que podem estar, literalmente, a sós.
Neste 34º volume, Hammie e Zoe continuam, como bons irmãos, a fazerem queixa um do outro, tentando provar que a sua ligação genética não passa de uma troca operada na maternidade: “Por favor. Diz-me que ele não é meu irmão, mas sim um rafeiro que vocês resgataram do canil.”
Mantendo vivo o lema de que em tira cómica vencedora não se mexe, os temas que atravessam este livro são os mesmos a que os autores Rick Kirkman e Jerry Scott nos têm habituado: o cuspo como arma secreta; queixinhas e actualizações das queixinhas a toda a hora; a culpa da mãe – ou a ausência de culpa – por dar aos filhos demasiadas refeições de fast food; a afirmação da prova de masculinidade de Darryl com a compra de 750 cavalos de um…cortador de relva.
Relato de uma família disfuncional, em que o pai ajuda pouco em casa, a mãe actua como uma super-heroína, Zoe é uma das miúdas mais populares da escola e Hammie é, provavelmente, o miúdo do bairro menos dado à prática de hábitos higiénicos, Baby Blues continua a ser uma série de grandes momentos, apesar da sua longevidade.
Sem Comentários