Amandine Momenceau estudou história de arte e artes gráficas na Universidade de Rennes 2, isto antes de enveredar pela dinamização de ateliers para crianças. Uma formação escolar e profissional que salta à vista em “Mamã Raposa” (Orfeu Negro, 2016), o seu livro de estreia, onde recorre a um dos seus instrumentos predilectos para criar um belíssimo livro-objecto: uma tesoura.
Numa floresta coberta de neve, provavelmente o mesmo lugar onde Hansel e Gretel foram abandonados à impiedosa natureza, a mamã raposa observa os quatro filhotes a brincar. Bastará, porém, um pequeno desvio do olhar para perder os pequenos de vista, tendo de os encontrar numa floresta labiríntica. Os mais pequenos, esses, apenas querem espreitar atrás das árvores e brincar alegremente às escondidas.
Trata-se de um livro belíssimo sobre a maternidade e o desejo de aventura, com ilustrações de tons claros que trazem o frio para dentro destas páginas. Um livro com muito dinamismo e espírito tridimensional, cheio de cortes, esconderijos e reentrâncias, que se lê – e onde se brinca – como um jogo de papel interactivo.
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