Datada de 1969, “A lagartinha muito comilona” (Kalandraka, 2014 – edição especial) é uma daquelas obras que, por muito que os anos passem, se conseguem manter sempre frescas e actuais.
Afinal, o livro trata do ciclo vital de uma lagarta desde a sua saída do casulo à transformação em borboleta, e poucos terão sido aqueles que, durante a sua passagem pelo jardim-de-infância, não terão trazido alguns bichos-da-seda para casa para assistir a uma metamorfose que acaba com uma estranha borboleta a esvoaçar casa fora. Ou, em alternativa, que terão – ou tiveram – filhos a fazer o mesmo, pedindo para subir às árvores para agarrar as famosas folhas de amoreira.
Para comemorar o 45º ano da publicação de “A lagartinha muito comilona”, livro escrito e ilustrado por Eric Carle, a Kalandraka lançou uma edição muito especial, onde se destaca a ilustração da capa. Recorrendo à técnica da impressão lenticular, a imagem move-se e modifica-se em função do ângulo de que para ela olhamos, permitindo assistir a todo o processo numa questão de segundos.
Para além da capa, o grande destaque vai para um conjunto de páginas de diferentes formatos e que apresentam perfurações em papel e que, para além de mostrarem o menu variado que foi posto à disposição da lagarta, ensina os mais pequenos a contar, sejam frutas de aspecto delicioso ou os dias da semana.
Trata-se de um verdadeiro clássico da literatura infantil, com um design inovador e ilustrações brilhantes, muitas delas recorrendo à técnica da colagem, um recurso muito utilizado pelo autor que, partindo de papéis pintados à mão, os transforma em imagens cheias de cor. Uma celebração da vida – e da sua finitude -num festim visual de grande formato.
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