“A maioria dos animais vê de uma forma muito diferente da humana. Alguns distinguem mais cores do que nós. As abelhas, por exemplo, apreciam vistosos desenhos de cor ultra-violeta nas flores que a nós nos parecem brancas. Outros divisam com mais nitidez um maior campo visual ou possuem uma visão nocturna tão apurada que lhes permite caçar em condições em que nós não veríamos nada…”
Serve esta introdução para apresentar “Olhos” (Kalandraka, 2016), mais um volume da série Animais Extraordinários, editada pela Kalandraka que, anteriormente, lançou os títulos “Bocas”, “Nascer”, “Construtores” e “Ocultos”.
O livro reúne uma dezena de animais de todo o mundo, permitindo comparar a sua visão com o sentido da vista dos humanos. Partindo da Árvore da Vida, apresenta aos leitores o esquema dos principais grupos do Reino Animal, apresentando cada um dos protagonistas com um cartão de cidadão composto: localização no mundo, habitat, habilidades físicas e peculiaridades visuais. Para cada um deles indica-se também o nome porque são conhecidos – a alcunha, se preferirem -, o verdadeiro nome científico – aquele que consta do cartão de cidadão -, e dois textos, um mais genérico e outro centrado nas características que os distinguem no campo da visão.
Não faltam curiosidades e factos capazes de deixar o leitor de olhos em bico: o gabão vê as cores como o homem mas apenas consegue ver o que está à sua frente – algo semelhante ao que veria uma pessoa com uns óculos de mergulho; o leão tem uma membrana – tapetum lucidum – parecida com os reflectores de bicicletas, que lhe permite ver à noite como nenhum outro animal; o falcão-peregrino percepciona a luz ultravioleta e tem a córnea protegida por uma “membrana que funciona como os óculos de um pára-quedista“.
Para o final ficam uma série de fichas com o nome dos animais em várias línguas, curiosidades, dados sobre altura, peso, longevidade e alimentação e como está cada um deles em relação à ameaça de extinção. Um álbum de grande formato que, como se lê no texto de introdução, revela a poesia que se esconde no olhar destes animais extraordinários: “As cores do mundo dependem do olho com que se vêem“.
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