Depois de “Um, Dó, Li, Tá” e “À Morte Ninguém Escapa”, “A Casa de Bonecas” (Topseller, 2015) bem que poderia corresponder à máxima de que não há duas sem três. No caso do imparável M.J. Arlidge, porém, a máxima não se aplica, uma vez que “A vingança serve-se quente” e foi já servida nas livrarias nacionais (a ela chegaremos em breve).
Voltando às máximas, podemos dizer que há heróis que se entranham e outros que não. Helen Grace é uma daquelas heroínas que se colam à pele do leitor, não por uma questão de identificação/transferência/fenómeno psicanalítico mas, antes, por uma espécie de rendição a um género de heroísmo: é ela quem conduz e consegue liderar, sempre com os seus fantasmas e medos no encalce; é ela quem enfrenta todos os perigos e mais algum, que se transcende em nome do bem comum.
Em ” A Casa das Bonecas”, o desafio para Helen Grace reparte-se em várias frentes: um assassino em série que escolhe jovens mulheres; a detective-superintendente Ceri Harwood, sua chefe, que não suporta não ter a exclusividade do protagonismo e a tenta atirar para um canto bem escuro; e, por último, Emilia Garanita, a jornalista que anda sempre no encalce da notícia mais sensacionalista que a faça saltar da sua vida miserável para o estrelato.
O ritmo da leitura faz-se em sprint, acompanhando a investigação na sua tentativa de antecipar a próxima vítima. De livro para livro, o fio condutor desenrolado por Arlidge – a linha de investigação mais interessante, para psicólogos, não-psicólogos ou simplesmente para quem gosta de uma boa história sobre a natureza humana – é a história de Grace, cada vez mais interessante de desvendar e de acompanhar nos efeitos que produz sobre os outros. Personagens e leitores.
2 Commentários
Você achou o livro em português? Onde?
Olá Bruna. Em Portugal está disponível em qualquer livraria em edição física, com o selo da Topseller. Poderá sempre fazer a encomenda online através da editora ou de um site como a Wook, a Bertrand ou a Fnac, que provavelmente terão a versão e-book. Espero ter ajudado.