De 7 a 9 de abril, Castelo Branco recebe a quarta edição do festival literário Fronteira. O tema desta edição explorará as fronteiras que separam a prosa da poesia: O que as define? O que é um prosador e um poeta? Haverá prosa na poesia, e vice-versa?
O Deus Me Livro colocou algumas questões a José Pires, Comissário do Festival Fronteira.
Pode dizer-se que à entrada para a 4ª edição o Fronteira já faz parte do mapa dos Festivais Literários?
Creio que isso acontece desde a 1ª edição. Contudo, a marca da verdadeira afirmação aconteceu, de facto, na 3ª edição, com a presença de Mia Couto.
Que marca distintiva apresenta o Fronteira em relação a outros festivais literários?
Este, sendo um festival com autores, é, principalmente, um festival de leituras e de leitores que começa nas escolas e termina nos espaços culturais da comunidade.
O que levou o município de Castelo Branco a escolher um Festival Literário para ser uma das suas maiores bandeiras?
A constatação de que o trabalho, há vários anos realizado nas escolas, com a presença frequente de escritores e ilustradores, e a aposta numa programação de eventos culturais permanentes e actuais (música, teatro, cinema, ópera, dança, cinema, artes plásticas) merecia este complemento.
Ainda se sente a ideia de isolamento em cidades como Castelo Branco? E terá sido a partir daí que foi escolhido o nome Fronteira?
Infelizmente, poucos quilómetros depois de se sair de Lisboa ou do Porto, o isolamento, não sendo já um sentimento profundo, é uma sensação teimosa. O nome Fronteira nasce em oposição à imagem geográfica — não é um conceito separador, antes um princípio de integração, sempre dentro da literatura e de todo o tipo de autores e autorias a ela associados.
Há gente que vem de fora para assistir? E como tem sido a adesão da cidade ao logo destes anos?
Temos basicamente um público local/regional (Beira Interior).
Como é feita a distribuição de papéis entre o município e a Booktailors?
Na verdadeira dimensão cooperativa dos papéis que a cada um cabe: O facilitador da organização que não abdica do enquadramento e o de organizador que não se deixa cair em facilitismos.
Este ano o festival pretende esboçar a fronteira que separa a prosa e a poesia. O que esperar desta 4ª edição?
O mesmo que das anteriores: participação atenta, informação diversificada, fruição à medida de cada participante (convidados e público).
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