A corrida ao Nobel nos festivais literários nacionais tem estado ao nível da caça ao ouro americana que, em tempos idos, deixou muita gente a bater mal, mas coube ao Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos encontrar a primeira pepita de ouro: V. S. Naipaul é um dos nomes confirmados para a edição deste ano que, entre 22 de Setembro e 2 de Outubro, irá levar a Óbidos – recém-classificada Vila Literária da Unesco – amantes, amigos coloridos ou simples apreciadores dessa coisa chamada Literatura.
Nesta segunda edição celebram-se as utopias, num ano em que há vários aniversários e marcos redondos por celebrar: os 500 anos desde a publicação da “Utopia” de Thomas More; o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira; os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosh; ou os 400 anos da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.
Prémio Nobel em 2001 e autor de romances como “A Curva do Rio” e “O Enigma da Chegada”, Naipaul é um dos muitos escritores que virá a Óbidos, a par de outros nomes como o islandês Jón Kalman Stefánsson – autor de “A Tristeza dos Anjos” ou “Paraíso e Inferno”, ambos publicados pela Cavalo de Ferro -, a angolana Djaimilia Pereira de Almeida ou o nosso Afonso Cruz.
Na FOLIA continuam as aulas e os espetáculos de criação e produção exclusivas para o Festival: José Gil dá uma aula de utopia em Fernando Pessoa e Mega Ferreira sobre Cervantes; em palco, Camané canta Jobim; nas ruas andará uma reprodução em tamanho real de “As Tentações de Santo Antão”, assinalando os 500 anos da morte de Bosch.
O EDUCA traz à vila professores, bibliotecários e educadores, nacionais e internacionais para um seminário onde se cruzam educação, literatura e literacia. No ILUSTRA as imagens voltam a falar por si (e pelas palavras).
No FOLIO MAIS as editoras revezam-se em lançamentos e iniciativas várias, com espaço para tertúlias na Casa dos Bons Malandros e a abertura de mais livrarias.
Tudo pura ficção, para ler lá mais para o final do ano em Óbidos.
Sem Comentários