Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Pedro Leitão ilustrou diversos autores da literatura infantil, isto antes de decidir avançar para a sua própria série, que escreveu, desenhou e a que deu o nome de As Aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho. Série que chega agora ao nono volume, com a publicação de “As misteriosas bolas brancas” (Gailivro, 2016).
Zá Leitão, Maria Cavalinho e Filipe estavam entretidos a fazer um malabarismo de se lhe tirar e pôr o chapéu até que, inesperadamente, três bolas brancas caíram do céu. Enquanto tentavam adivinhar de onde poderia ter vindo tal presente, Neptino, o rei dos sete mares – que já apareceu em dois livros anteriores da série -, surgiu no seu novo submarino voador, convidando-os para um passeio que servisse de baptismo do novo aparelho. Quando Neptino lhes conta, depois de fechada a cabine, postos os cintos e de o motor estar em marcha, que encontrou as bolas numa noite de lua cheia no Mar dos Sólidos Geométricos Flutuantes – lugar onde vivem os monstros marinhos -, estão encontradas as coordenadas para a aventura.
Pelo meio irão encontrar surfistas numa luta titânica por encontrar a onda perfeita, um peixe-chato gigante que também se chateia, um Capitão de barba ruiva que faz vela de olhos fechados, um Dinossauro que é mestre no contágio das gargalhadas e outras estranhas criaturas que vão mudando de nome consoante a ocasião. Até que, ao entrarem num Mar carregado de sólidos e muita geometria, a verdade das misteriosas bolas lhes é finalmente revelada, numa festa com direito a um insólito fogo-de-artifício.
Com ilustrações carregadas de cor e uma história com uma boa dose de psicadelismo, “As misteriosas bolas brancas” poderiam ter saído de dentro de um tema dos Beatles, ou mesmo do submarino amarelo ao qual estes dedicaram uma banda sonora inteira. Uma história que aflora, por entre paralelepípedos e cubos flutuantes, semi-esferas opacas e chefs marítimos que servem uma deliciosa sopinha de algas, o tema do crescimento, fazendo disso – e do que é deixado para trás na linha temporal – uma imensa festa.
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