É certo que ainda não houve um nome semelhante ao anúncio dos Arcade Fire para a edição de 2018, capaz de provocar um esgotamento em três tempos, mas a verdade é que a edição deste ano do Vodafone Paredes de Coura é já de carácter obrigatório para qualquer melómano que se preze. À boleia dos press releases, apresentamos os seis nomes que faltava apresentar por aqui: Peaking Lights, Jayda G, Black Midi, Cave Story, Khruangbin e Julia Jacklin – esta última autora do melhor disco de 2019 até à data. É comprar o passe antes que esgote, depois não digam que não avisámos.
O duo natural de São Francisco, Peaking Lights, combina elementos de dub, krautrock, disco e psicadélico pop, num singular registo. Indra Dunis e Aaron Coyes iniciaram o percurso musical enquanto membros da banda Rahdunes, antes de formarem um projecto caseiro para o qual usaram uma bateria electrónica, um órgão, uma guitarra e fortes batidas de baixo. O resultado desta artesanal produção surgiu em 2008 com “Clearvoiant”, e o sucesso deste primeiro disco desencadeou a colaboração com o colectivo Italiano de free jazz Jooklo, bem como um convite da conceituada editora Night People. O acordo com a editora norte-americana garantiu-lhes lançamento de mais dois álbuns: “Imaginary Falcons” (2009) e “Space Primitive” (2010), discos que voltaram a afirmar o estilo lo-fi space-pop em que a banda envolvia os seus temas. No ano seguinte surge “936”, um disco que convidou os fãs a fugir das habituais sonoridades e a envolverem-se na fusão do pop psicadélico que mistura ritmos dub a chillwave. Como celebração do décimo aniversário, o duo edita o EP “Sea of Sand” (2018), um disco com seis faixas que junta a electrónica aos vocais que já pertencem à história dos Peaking Lights, com passagem por Coura a 16 de Agosto.
Apesar de o lançamento do álbum de estreia – “Significant Changes” – apenas estar agendado para Março deste ano, Jayda G já trilhou um caminho seguro pelo underground da música electrónica. A energia contagiante e o entusiasmo pela música permitiram à produtora musical e DJ juntar-se a grandes nomes da indústria e, também, actuar em icónicas salas de Vancouver, Berlim e Londres. As batidas Californianas de Jayda G chegam a Coura no dia 17 de Agosto.
O enigmático quarteto Black Midi rapidamente se tornou uma das grandes apostas da música underground londrina. Apesar da escassa, quase inexistente presença digital, o rock de Black Midi ganha história graças ao impacto das suas actuações ao vivo. A banda composta pelo vocalista/guitarrista Geordie Greep, o guitarrista Matt Kelvin, o baixista Cameron Picton e o baterista Morgan Simpson surgiu em 2017, após estudarem juntos na Brit School. A escola que outrora recebeu músicos mais tradicionais como Adele, Amy Winehouse e The Kooks assistiu ao nascimento do seu pós-punk experimental. Ao lado de nomes como Shame, Goat Girl e HMLTD, o quarteto passou a ser presença assídua no mítico The Windmill, em Brixton, mas apesar da rápida ascensão os músicos mantiveram o ar misterioso, longe das redes sociais e dos meios de comunicação social. Donos de um som frenético, acompanhado de ritmos crus e agitados, os Black Midi têm estreia marcada em Portugal para dia 16 de Agosto.
Cave Story, o trio das Caldas da Rainha que se tornou um quarteto durante a tour de lançamento do seu primeiro LP “West” (2016), voltaram ao estúdio para a gravação do segundo álbum, “Punk Academics” (2018). O mais recente disco da banda nasce a partir de uma celebração do punk: de todas as influências, das bandas e dos artistas que inspiraram o grupo português ao longo dos anos. Gonçalo Formiga, Ricardo Mendes, Pedro Zina e Zé Maldito regressam ao habitat natural da música no dia 15 de Agosto.
Khruangbin é uma palavra tailandesa que se pode traduzir por “avião” ou “engenho voador”. Este é o complexo nome de um trio que nasceu em Burton, uma pequena localidade do Texas que conta com pouco mais de 300 habitantes. Sonoridades suaves de temas principalmente instrumentais são fortemente inspiradas no rock e no funk mas, como o nome leva a crer, a música de Khruangbin não podia ser assim tão fácil de caracterizar: as influências viajam por locais e culturas como o funk Tailandês de 1960, o rock Persa de 1970 e a sinfonia da Argélia de 1980, com uma pitada de disco e soul. O álbum de estreia “The Universe Smiles Upon” You (2015) foi seguido por “Con Todo El Mundo” (2018), um disco amplamente aclamado pela crítica, uma singular paisagem sonora em que viajamos entre instrumentais donos de vibrações únicas a pairar por diferentes continentes e diferentes épocas. A exótica música de Khruangbin estreia no habitat natural da música no segundo dia do festival, 15 de Agosto.
Natural de Sidney, Julia Jacklin cresceu nas idílicas Montanhas Azuis em Nova Gales do Sul e, como qualquer adolescente, ganhou o primeiro interesse pela música quando descobriu a cultura pop. Ao som de êxitos de Britney Spears e Avril Lavigne a compositora decidiu dedicar-se ao universo musical, mas foi com o amadurecer e um maior conhecimento por outros géneros musicais que chegou ao singular estilo pelo qual é conhecida: a mistura perfeita entre o sonhador indie pop e o sincero alt-country.. O álbum de estreia – “Don’t Let the Kids Win” – surgiu em 2016 e automaticamente chegou ao top 50 na sua terra natal. “Phantastic Ferniture” (2018) foi o primeiro álbum homónimo de um projecto que Julia Jacklin partilha com Liz Hughes, Ryan k Brennan e Tom Stephens. O recém-lançado “Crushing” é o segundo disco da compositora australiana, dez temas em que se despe emocionalmente e partilha a esmagadora história do fim de uma relação. De narrativas frágeis e de coração pesado a arranjos complexos, que reafirmam a autonomia e força feminina, tudo isto para ouvir a 14 de Agosto, o primeiro dia da 27ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
Os passes gerais para a 27.ª edição do Vodafone Paredes de Coura podem ser adquiridos em bol.pt, Ticketea, Seetickets, Festicket e locais habituais (FNAC, CTT, El Corte Inglés,…) pelo preço de 94€.
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