O meio do Verão. O meio do Verão é o ponto mais impreciso no tempo. Corresponde às longas tardes de praia? À cidade semi-deserta? À sombra que nunca mais se aproxima? Foi no meio do Verão que se fecharam as portas do Teatro Maria Matos, pelo menos as portas a uma programação contínua, de risco, desafiante e desafiadora, que ao longo destes últimos dez anos contribuiu para a construção de um lugar, de um sentido de comunidade em torno do edifício da Av. Frei Miguel Contreiras. Como se essa zona difusa no tempo correspondesse a um desejo político de esbatimento e apagamento de um legado cultural.
10 de Maio de 2016, a sala do Maria Matos coberta de fumo. A bruma que se adensa deixando o espaço confinado a cada uma das cadeiras e, no final do concerto de Tim Hecker, um apagão generalizado deixando tudo às escuras. Premonitório?
Coincidência ou não, Tim Hecker abre a temporada 2018/19 da Culturgest, responsabilidade de parte da equipa que esteve à frente da programação do Maria Matos, apresentando para o efeito o seu mais recente trabalho, intitulado “Konoyo”. O nono álbum do músico americano, gravado juntamente com o Tokyo Gatkuso Ensemble, que corresponde a “uma ponte emocional única entre duas culturas e dois tempos distantes“, como referido no texto de apresentação. A abrir a noite, uma visita regular nos últimos anos: Kara Lis Coverdale.
A programação de música contará ainda com os concertos de James Holden & The Animal Spirit (7 de Novembro), Midori Takada (15 de Novembro), Peter Evans & Orquestra Jazz de Matosinhos (28 de Novembro), Mouse On Mars (5 de Dezembro), António Pinho Vargas (15 de Dezembro) e Montanhas Azuis (15 de Fevereiro), projecto de Norberto Lobo, Marco Franco e Bruno Pernadas que o Deus me Livro acompanhará com a merecida atenção.
TIM HECKER + THE KONOYO ENSEMBLE | KARA LIS COVERDALE (1ª parte)
Culturgest | 4 de Outubro | 21.00
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