Sendo este um site de livros, literaturas e letras, devemos alertar o observador destas linhas para o facto de as canções desta banda terem, sempre, direito a uma abordagem literária. Após um hiato de quatro anos, assinala-se o regresso dos The Decemberists, a banda de Colin Meloy, com o notável “What a Terrible World, What a Beautiful World” (Rough Trade, 2015), onde a folk aparece renovada e com complementos pop menos habituais nesta banda.
O novo registo surge como uma correcção ao disco anterior, “The King is Dead”, funcionando como um catalisador que promete equilibrar a carreira da banda já que, à forte componente vocal de Meloy – que várias vezes explode de forma eloquente -, há sempre um grande suporte melódico (camadas de metais sobretudo), que as novas canções reforçam comparativamente ao que ouvimos no passado. Até porque “The King is Dead” era o registo discográfico que trazia consigo a responsabilidade de “empurrar” a banda para a frente, para que a mesma não estagnasse de forma intermitente.
O único factor negativo talvez seja a sua longevidade: demasiadas faixas no interior, o que, num combate de boxe, levaria às cordas os mais sensíveis. Seja como for, “What a Terrible World, What a Beautiful World” não é mais nem menos a garantia de que os melómanos mais fiéis poderão estar sossegados: Meloy e os seus não perderam a sua essência.
Sem Comentários