A julgar pelas sempre enganadoras aparências, seríamos levados a acreditar que no dia 16 de Novembro iríamos assistir, na St. George’s Church, a um jogo com duas partes iguais: dois violoncelos e pedais em loop, disparando camadas atrás de camadas ao longo das composições. Porém, quando começamos a falar na linguagem musical, os alfabetos de Julia Kent e Joana Guerra mostram ser duas línguas muito distintas.
A portuguesa Joana Guerra serve-se do violoncelo, da voz e de uma loopstation para dar seguimento à sua veia de cantautora, viajando entre a canção, a experimentação acústica e a improvisação, com um lado ruidoso que não esconde uma certa gentileza, desenhando uma folk impressionista (se é que lhe poderemos chamar assim). Do seu CV conta já um longa-duração, “Gralha”, lançado em 2013, mas diz-se que um novo trabalho está a caminho.
Quanto a Julia Kent tem já uma extensa lista de colaborações, de Swans a Anthony and the Johnsons, de Devendra Banhart a Black Tape for a Blue Girl ou Norah Jones. O seu disco mais recente – “Asperities”, de 2015 – recolheu largos elogios, sendo apontado como a sua melhor rodela até à data, feita de uma delicadeza tal que parece ter sido cozido à mão. Violoncelo em dose dupla para descobrir numa igreja de pronúncia britânica.
Data: 16 Novembro 2016, 21h30
Local: St. George’s Church
Morada R. São Jorge, 6, Lisboa (Estrela)
Entrada: 8€
Reservas: geral@narizentupido.com
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