Depois de Lana Del Rey, o Super Bock Super Rock 2019 anunciou hoje duas novas confirmações com selo britânico: Metronomy e The 1975. O primeiro lote de bilhetes está à venda na Blueticket e nos locais habituais, com o passe geral a valer 105€ e o bilhete diário 55€, numa edição que chega ao Meco nos dias 18, 19 e 20 de Julho do próximo ano. Deixamos, à boleia do press release, os CV`s muito elogiosos de ambas as bandas.
The 1975 (18 Julho, Palco Super Bock)
Já se sabe que os ingleses são de confiança quando o assunto é entregar pop/rock feito com bom gosto, e Manchester é uma cidade que já traz consigo um selo de qualidade a esse nível. Os 1975 identificam-se com essa boa tradição britânica e são um dos projectos mais cativantes dos últimos anos. A escolha do nome não foi fácil (antes foram Talkhouse, The Slowdown, Bigsleep, Blind Tapes, Drive Like I Do…), mas acabaram por ficar 1975, um nome que parece combinar com o espírito da banda. O talento vem de Matthew Healy, Ross MacDonald, Adam Hann e George Daniel. O sucesso começou dentro do Reino Unido, mas as canções são tão boas que não demorou muito até que temas como “The City”, “Chocolate” ou “Sex” conquistassem os corações indie de todo o mundo. A estreia em formato longa duração chegou em 2013, com o lançamento do disco homónimo. Em 2016, e depois de muita estrada, o segundo disco, “I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It”, viu a luz do dia. Este é um registo que que mostra o à-vontade da banda na manipulação de diferentes linguagens, indo do pop ao r&b sem perder a identidade, passando até por temas mais emocionais (e até comoventes) como “Nana” ou “She Lays Down”. O ano de 2018 trouxe mais um disco para os 1975: “A Brief Inquiry Into Online Relationships”. O sentido crítico está lá, cada vez mais afiado, e o eclectismo musical também, cada vez mais integrado na própria cosmovisão destes ingleses. A crítica está rendida – a exigente Pitchfork deu-lhe a classificação de 8.5/10, a revista Time coloca-o no seu top 10 de discos do ano, a DYI dá-lhe 5/5 descrevendo-o como “um retrato bombástico e imaculadamente construído da vida moderna”, para destacar apenas alguns – e as canções, essas, continuam uma maravilha, apesar dos riscos – basta ouvir “Love It If We Made It” ou “Sincerity Is Scary” para querer ouvir tudo o resto.
Metronomy (18 Julho, Palco EDP)
Joe Mount, o líder dos Metronomy, não foi sempre a estrela indie que hoje conhecemos. Começou por ser um jovem de 25 anos, a tentar ser cool a todo o custo (e sem sucesso) e sem grandes expectativas de vida. As boas canções também nascem de circunstâncias deste género, e Joe Mount sempre foi bom a despertar emoções nos outros, até quando se começou a apresentar como DJ em certos clubes de Brighton. Seguiram-se outros projectos, mas o sucesso só chegou com os Metronomy. “Pip Paine (Pay the £5000 You Owe)”, o disco de estreia, passou despercebido, mas Joe Mount continuou a explorar o estúdio, empenhado em casar a electrónica com a pop, quase sozinho e inspirado por nomes como Prince. “Night Out”, o segundo disco, ainda não correspondeu a uma explosão de popularidade ao nível do talento de Joe, o que só viria a acontecer com “The English Riviera”, editado em 2011. Os arranjos mais pop de composições como “The Look” e “Everything Goes My Way”, conquistaram o público e a crítica e colocaram os Metronomy na linha da frente das bandas indie com vocação para as pistas de dança. “Love Letters” seguiu o mesmo bom caminho e o último disco, “Summer 08”, editado em 2016, marca a chegada à idade adulta, com a coragem de abordar as sombras do passado, mas sem nunca perder a leveza que os caracteriza. Com muita memória e enamorado pela riqueza pop dos anos 80, a ironia britânica das letras não deixa o corpo imóvel: o convite à dança é subtil, mas irresistível.
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