Na semana em que chegou às lojas o novo e recomendado disco de Samuel Úria, intitulado “2000 A.D.”, ficámos a saber que o músico que transporta Tondela no coração irá tomar de assalto os Coliseus em 2025. Primeiro o de Lisboa, a 11 de Outubro e, a 17 de Outubro, o do Porto. Ao longo dos meses que nos separam destes concertos serão anunciados os nomes dos diversos convidados, que de alguma forma contribuíram para a afirmação de Úria como ponta de lança e titular indiscutível do panorama musical. Os bilhetes estão à venda na Ticketline e na BOL (com uma promoção válida até 1 de Janeiro de 2025 de 10%).
Enquanto não dedicamos por aqui um artigo a esmiuçar a nova rodela, uma edição apoiada pelo Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores e um disco Antena 3, fica uma apresentação à boleia do comunicado de imprensa.
Desde Setembro passado que Samuel Úria nos foi antecipando algumas das sonoridades do sucessor de “Canções do Pós-Guerra”: inicialmente, o tema-título “2000 A.D.”; depois, “Canção de Águas Mil”, publicado aquando das pré-apresentações ao vivo efectuadas no Teatro Sá da Bandeira e no Teatro São Luiz; e em Novembro, “Quem me acende a voz”.
A partir de hoje, todas as nove canções podem ser escutadas no serviços de streaming estando também disponíveis as edições físicas em CD e em LP, este último em vinil magenta translúcido.
Estimulado pela realidade actual e pela frustração sentida com os sinais de regressão civilizacional que a mesma teima em apresentar, Samuel Úria construiu em torno do imaginário do “ano 2000” e das esperanças românticas que a chegada do novo século gerou à época, uma abordagem poética e musical que se traduz em nove temas memoráveis, registos da invulgaridade criativa de Samuel.
Inteiramente escrito e composto por Samuel Úria tem na produção a colaboração de Miguel Ferreira, músico e produtor que conta já no seu currículo com participação nos dois álbuns anteriores “Carga de Ombro (2016) e “Canções do Pós-Guerra” (2020).
Diversificado, “2000 A.D.” tem na coesão das canções que o compõem um dos seus pontos fortes, sendo redutor destacar alguma, se em detrimento de uma outra. Ainda assim, inegável referir o tema-título que deu início à descoberta do novo álbum, a canção que anunciou as novas sonoridades; ou “Kuchisabishii”, o tributo de Samuel ao electro-rock e que contou com a participação de Margarida Campelo; também, “Quem me acende a voz”, um cruzamento sonoro entre o rock, a folk e o gospel ao serviço de uma letra de grande intensidade espiritual; e ainda a homenagem a Alexandre O’Neill e à liberdade com a balada “Um adeus português”, que se adivinha vir a figurar no cancioneiro nacional deste género musical.
—
Foto: Joana Linda
Sem Comentários