“Embaixadores das “mágicas montanhas de Sintra”, os Terra Livre praticam aquilo que pregam. Partilham o nome com o terreno que partilham: um laboratório de agricultura sustentável e eco-construção, de onde emerge música calorífica, feita a 12 mãos. Falamos dos cantautores e multi-instrumentalistas Gonçalo Sarmento, Leo Marsh, Rodrigo Cordomar, em conjunto com os sopros e a eletrónica de Adri Dias Pereira, assim como a secção rítmica de Pedro Pereira e Tiago Santos. Uma miscelânea de reggae e blues do deserto, com o selo de aprovação de Sérgio Godinho e a participação de Manu Chao.”
14 Agosto
Palco Lopes Graça
Aquela banda ou artista que te fez comprar uma revista só porque trazia um poster que ficava a matar numa das paredes do teu quarto.
Nunca tirei um poster de uma revista para colar no quarto. O que fiz foi arrancar um poster na rua de um concerto de Terrakota no Hard Club, que tinha um desenho lindo do artista Pedro Miguel Cabrita Feijão. Esse ficou a olhar para mim a dormir muitos anos.
A banda ou artista que te fez comprar e usar uma T-shirt.
Com o risco de parecer tendencioso… Terrakota, comprei uma T-shirt amarela.
Chegaste a forrar um caderno da escola com autocolantes ou recortes de alguém?
Nunca consegui ter organização e cuidado suficiente para forrar os meus cadernos, apenas os enchia com desenhos de esferográfica.
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Bob Marley, a compilação “Legend”.
Os discos que os teus pais, irmãos e/ou primos mais te fizeram ouvir.
O meu Pai: Neil Young “Harvest”; Santana “Santana”; Portishead “Dummy”; Massive Attack “Mezzanine”. A minha Mãe “Buena Vista Social Club”; Cat Stevens “Teaser and the Firecat”. Irmã: Nirvana “MTV Unplugged in New York”.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
A resposta para essa pergunta varia consoante o dia. Talvez a Kingston, Jamaica, em 1978 para ver o One Love Peace Concert, ou a Bethel, New York, para ver o Woodstock de 1969.
O melhor disco para curar um desgosto amoroso.
O álbum que teve esse papel comigo mais recentemente foi o “Get Up!”, de Ben Harper e Charlie Musselwhite.
E para ajudar a ultrapassar uma ressaca danada?
Não é muito comum estar com uma ressaca danada, mas se tivesse de passar uma receita seria na casa de algo como o “New Ancient Strings”, de Ballaké Sissoko e Toumani Diabaté.
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
Demon Fuzz – “Afreaka!” (1970); Elomar “Das Barrancas do Rio Gavião” (1972) ; G. Love and Special Sauce “G. Love and Special Sauce” (1994).
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
“Não cobiçarás a canção do próximo”.
O filme que te fez chorar tanto que tiveste de esperar uns minutos para sair da sala de cinema (para que ninguém te visse de olhos espremidos).
As lágrimas vêm até mim com bastante facilidade, facto esse que já me fez aceitá-las com alguma naturalidade. Assim de repente, o primeiro que me vem à cabeça é a animação da Disney “Coco”.
A melhor canção ou disco de 2022 (até agora).
Normalmente só consigo mergulhar nos álbuns já passado, no mínimo, um ano de saírem. Isto porque quando eu gosto de um álbum fico a ouvi-lo muito tempo, demoro para absorver os conteúdos e acaba por não haver tempo para seguir as novidades frescas… Por isso, só poderei dar uma resposta honesta a esta pergunta para o ano! Dito isto, um single que lancei em 2022 como estreia de um novo projecto: ULULO – Poço.
O filme de que gostaste tanto que já o reviste inúmeras vezes (e até já conseguiste decorar umas falas).
Tantos que gosto muito de rever. O primeiro que me vem à cabeça é o “Auto da Compadecida”, de Guel Arraes, 2000, um filme baseado numa peça de Ariano Suassuna.
Aquele livro de que gostaste tanto que, se te tivesse sido emprestado, pensarias pelo menos duas vezes antes de devolvê-lo.
“The Spell of the Sensuous” ou, em português, “A Magia do Sensível”, de David Abram.
Se pudesses visitar um livro durante um dia, qual escolherias?
Depende do dia… hoje – “The Prophet”, Khalil Gibran
A cena mais romântica que já fizeste por alguém.
Isto já são histórias muito pessoais para revelar impessoalmente. Digamos que a vida é mais intensa quando levada com romantismo, e a vida é para viver intensamente!
Aquela comida de que gostas tão pouco que, se te for servida num jantar de amigos, tens de inventar uma dor de barriga?
Não precisaria de inventar uma dor de barriga, baseando-me no facto que em casa dos meus amigos come-se sempre comida elaborada com amor!
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Não sei que prato seria, mas provavelmente envolveria peixinho e alguma coisa verde.
Se tivesses Cem Soldos – o que, na moeda corrente, equivaleria a uma valente pipa de massa – para gastar numa extravagância, o que seria?
Hoje, especificamente, a minha resposta é: Uma carrinha de 9 lugares e carga, com um sistema a hidrogénio, para poder mover a banda em tour com o mínimo de custo e impacto possível. Fica a dúvida se entra na categoria de extravagância ou utopia…
A actuação no Bons Sons vai ser…
Enérgica, Incrível, Inesquecível…mal podemos esperar!
Questões respondidas por Gonçalo Sarmento (guitarrista, saxofonista e um dos vocalistas/compositores da banda)
Foto: Tiago Fezas Vital
Sem Comentários