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RádioGrafia Bons Sons 2017: Samuel Úria

Por Pedro Miguel Silva · Em 14/08/2017

“Devia ser cada vez mais fácil decifrá-lo. Mas não é. Samuel Úria é rebuscado, cifrado e, para dificultar a tarefa, está cheio de conteúdo para desvendar. E é assim que dá corda a si próprio, e a nós: desafia-nos constantemente para o acompanharmos na mensagem e no prazer de a decifrar. No último disco, “Carga de Ombro”, ouvimos vários momentos aparentemente opostos. Porque esse é o som de todas as complexidades. O da força e da perseverança é o grito de ar nos pulmões que impele um amigo a sair do chão; que repreende a estupidez de misturar saber com opinião, e denuncia o ridículo do medo que leva ao silêncio. E depois, o sussurrar de um segredo confessado quando nos diz que quer estar pronto a dizer “não sei”, que quer ser apenas mais um; mais um homem, vulgar e comum.”
(retirado do site oficial Bons Sons)

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O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.

“Bleach”, dos Nirvana.

Os discos que os teus pais, irmãos e primos mais te fizeram ouvir em pequeno.

Em casa ouvia mais a minha mãe a tocar, não me lembro de qualquer disco a que fosse repetidamente sujeito. Tinha um primo que passou uma fase Pink Floyd muito forte nos anos 80, mas eu só lá cheguei mais tarde. A minha permeabilidade musical não foi necessariamente entregue a influências familiares.

A banda ou músico que te fez comprar e usar uma T-Shirt.

Curiosamente uso mais t-shirts de bandas de amigos do que de grupos internacionais consagradíssimos. Tive T-shirts dos Ramones antes de se tornarem as t-shirts mais banais do mundo. Tive uma dos Sonic Youth que usei um par de vezes antes de a perder. De rajada, o que me lembro ou ainda tenho por aqui à vista no armário: The Clash, Pixies, Motorhead, Johnny Cash, Bob Dylan, Wu-Tang, Bad Brains, Run DMC… Ah! E agora lembrei-me que, no início dos anos 90, usei ironicamente uma t-shirt dos New Kids On The Block.

O livro que, se não mudou a tua vida, terá pelo menos valido cada uma das pestanas queimadas.

Não tenho a certeza se o “Moby Dick” mudou assim tanto a minha vida, mas é um dos meus preferidos. Li-o muito novo, e recordo bem esse ardor de olhos de quem queima a pestana. Não o voltei a ler de uma ponta à outra, mas já o escutei mais um par de vezes em audiobook. Era reticente em relação aos audiobooks até me aperceber de vozes e entoações bem melhores que as que faço na minha cabeça. Não voltei, portanto, a queimar as pestanas com a obra-prima de Melville.

O escritor ou músico – no feminino ou masculino – com quem gostarias de conversar por entre uns Mouchões e bolos dos santos (ou outro petisco qualquer).

O Dr. Adolfo Correia da Rocha certamente teria boas histórias para contar, e não menos boas recomendações de cautela hepática.

O filme que te fez sair da sala de cinema a meio – ou, pelo menos, mudar de canal.

Nunca saí duma sala de cinema a meio dum filme, mas o mais próximo que tive de ser expulso foi com o filme “A Teia de Gelo” que fui ver por engano. Era tão mau que deixei de conseguir conter o riso em algumas cenas (que não tinham propósito cómico), o que me valeu justa censura de quem estava lá interessado e atento.

Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?

Possivelmente recuava até ao ano e mês em que nasci, não para ver o meu parto, mas para assistir aos The Clash nas gravações do “London Calling”.

O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.

A minha opção mudará em conformidade com o que me apetece no momento que respondo. Agora diria chanfana.

Se Cem Soldos fosse um reino e tu o manda-chuva, qual seria o teu primeiro decreto-lei?

Bons Sons edição de Inverno.

Que bons sons – nacionais e não só – já nos trouxe este ano de 2017?

O Severo, o Éme, Ermo. Foram 3 que me chegaram imediatamente à cabeça, todos portugueses.

Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.

“Ill Comunication” dos Beastie Boys, “Time Out of Mind” do Dylan, “Let Love In” do Cave. Não são os únicos, mas neste momento figuram no iPod.

A viagem que te fez pegar na caneta e escrevinhar uma música.

Escrevi muito quando andava de comboio na Linha do Oeste.

A canção alheia que gostarias de ter escrito.

Talvez a “Wolf Among Wolves” do Bonnie ‘Prince’ Billy. Não gostava de ter escrito nenhuma das minhas canções preferidas de sempre, porque o prazer que tenho na distância com que as escuto é maior do que qualquer pertença que sobre elas pudesse reclamar.

Se a tua vida desse um livro seria…

Gostava de dizer o “Prince Valiant” do Harold Foster (não é propriamente um livro, mas as maravilhosas tiras originais estão condensadas em belas edições), só que seria mentira. Ainda assim, estou a tempo de ter aquele corte de cabelo.

E se fosse uma canção?

Imagino-me velhinho a identificar-me com a “Tower of Song” do Cohen.

O que podemos esperar do concerto de Cem Soldos?

Eu sei o que espero. É um dos meus festivais preferidos. Vou lá fazer um bocadinho mais de barulho do que na última vez – pode ser dizer pouco, mas o ressoar, tal como o empenho, será muito.

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Pedro Miguel Silva

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