“O primeiro longa duração de Joana Barra Vaz, editado em 2016 pela Bi-Du-Á, recebeu as melhores críticas da imprensa especializada, tendo figurado no topo de várias listas de melhores discos do ano. “Mergulho em Loba” existe num universo entre o folk e a electrónica e constitui uma viagem sonora com canções em suites, convidando o ouvinte a fazer esse percurso e a sentir a urgência de chegar ao fim com uma resposta na ponta da língua ou no embalo da dança. O sucessor do EP “Passeio Pelo Trilho” (2012) conta com a participação de vários músicos nacionais e ainda de Selma Uamusse, no tema “Tanto Faz”.”
(retirado do site oficial Bons Sons)
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Uma cassete dupla dos Beach Boys, nos anos 90. Mas aquele que me levou as poupanças do porquinho foi, sem dúvida alguma, o “Mergulho em Loba”. [risos]
Os discos que os teus pais, irmãos e primos mais te fizeram ouvir em pequena.
“A Abelha Maia – As canções originais da Série TV” (LP 1977)
“Venham Mais Cinco” de José Afonso (1973)
“Meus Caros Amigos” de Chico Buarque (LP 1976)
“Penguin Cafe Orchestra” de Penguin Cafe Orchestra(LP 1981)
“Brincando aos Clássicos” Ana Faria (LP 1983)
“The Beatles / 1962 — 1966” (LP 1973)
“The Dark Side Of The Moon” Pink Floyd (LP 1973)
A banda ou músico que te fez comprar e usar uma T-Shirt.
O Beck, mas foi pela t-shirt. (ver fotos acima) A mais usada é do Estoril Festival. Não a comprei pois ainda nem existia na altura: era do meu tio, está semi-descosida e esburacada — perfeita.
O livro que, se não mudou a tua vida, terá pelo menos valido cada uma das pestanas queimadas.
Os livros são impossíveis de escolher. Aqui vão quatro:
“Vida Conversável”, de Agostinho da Silva
“A Espuma dos Dias” do Boris Vian
“Odisseia”, de Homero
“Paisagem com Grão de Areia“, da Wislawa Szymborska
O escritor ou músico – no feminino ou masculino – com quem gostarias de conversar por entre uns Mouchões e bolos dos santos (ou outro petisco qualquer).
Boris Vian. Zeca Afonso. E no cinema escolhia o John Cassavetes e a Gena Rowlands.
O filme que te fez sair da sala de cinema a meio – ou, pelo menos, mudar de canal.
“Irreversível”, de Gaspar Noé.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Charlie Mingus.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Molhar um bom pão em bom azeite. Um bom vinho. Robalinho escalado. Mirtilos.
Se Cem Soldos fosse um reino e tu o manda-chuva, qual seria o teu primeiro decreto-lei?
Viver a aldeia e celebrar a música todos os meses do ano, e ainda criar encontros semanais entre músicos, de preferência prolongados e criativos.
Que bons sons – nacionais e não só – já nos trouxe este ano de 2017?
Ando ainda noutro tempo, à descoberta de 2016. Estes são as descobertas recentes e já têm um lugar especial.
“A Terra do Corpo” MEDEIROS/LUCAS
“22, A Million” Bon Iver
“Ears”, Kaitlyn Aurelia Smith
“Villa Soledade”, Sensible Soccers
“Mudra”, Marco Franco
“1986”, Benjamim / Barnaby Keen
“Tentos — Invenções e Encantamentos”, Luís José Martins
“Vestida de Nit”, Sílvia Pérez Cruz
“Pleasure”, Feist
“My Love Divine”, Cody Chesnutt
“Last Kind Words”, Roots Magic
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
“Smiling & Waving”, da Anja Garbarek
“Fura Fura”, do Zeca Afonso
“Tenere Taquim Tossam”, de Tinariwen
A viagem que te fez pegar na caneta e escrevinhar uma música.
Os acampamentos selvagens no areal mais extenso do país.
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
Há três que, quando as oiço e canto, são muito minhas por não o serem — é precisamente por isso que não gostaria de as ter escrito. [risos] “Complicadíssima Teia” e António Botto /M. José António Sabrosa, “Não é meu bem” do Zeca Afonso, “Safra de Gente” de MEDEIROS/LUCAS.
Se a tua vida desse um livro seria…
“O ABC da Natureza” das Edições Reader’s Digest.
E se fosse uma canção?
“Sea Song” do Robert Wyatt.
O que podemos esperar do concerto de Cem Soldos?
Sal na pele e uns quantos mergulhos livres em apneia.
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