“A música de Filipe Sambado desbrava o trilho da intimidade de quem se confessa, mas inevitavelmente traz a vulnerabilidade de quem viaja. Em 2016 estreia o álbum Vida Salgada, com Sambado na voz, nas canções e nas letras viscerais. Este é um som de baterias cavalgantes acompanhadas por percussões tristes. As guitarras entram para formar o meio campo, mas muitas vezes acabam abafadas por teclados rasgadinhos, que preenchem as alas. Filipe Sambado aproveita este trabalho para nos levar às suas origens alentejanas e algarvias.”
(retirado do site oficial Bons Sons)
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Com o meu dinheiro foi o “2001” do Dr. Dre.
Os discos que os teus pais, irmãos e primos mais te fizeram ouvir em pequeno.
Lembro-me de ouvir muito o “Nevermind”, o “Dookie” e a banda sonora do Back Beat, num período meio nebuloso que pode ir dos 6 aos 12. Depois em casa do meu tio gostava muito quando ele punha o “Coming Up”.
A banda ou músico que te fez comprar e usar uma T-Shirt.
A única que comprei foi do Bowie, duma tour Japonesa.
O livro que, se não mudou a tua vida, terá pelo menos valido cada uma das pestanas queimadas.
O “Intenções” e o “Palomar”.
O escritor ou músico – no feminino ou masculino – com quem gostarias de conversar por entre uns Mouchões e bolos dos santos (ou outro petisco qualquer).
Gosto mais de amigxs. Prefiro falar com elxs.
O filme que te fez sair da sala de cinema a meio – ou, pelo menos, mudar de canal.
Tantos… saio da sala e mudo de canal com facilidade.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Queria ter estado naquele concerto dos Monks – o que está no youtube. Mas espero ver os Fleetwood Mac.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Brócolos com batata doce.
Se Cem Soldos fosse um reino e tu o manda-chuva, qual seria o teu primeiro decreto-lei?
Nunca lá fui… mas duvido que fizesse algum decreto. Provavelmente exonerava-me do cargo. Faltar-me-ia a capacidade. Assumir decisões pelos outros transcende-me.
Que bons sons – nacionais e não só – já nos trouxe este ano de 2017?
Não são deste ano, mas a Lucía Vives, os Meia de Leite e o Van Ayres.
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
“Rumours”, “Abbey Road” e “The Rise and Fall of Ziggy Star Dust”.
A viagem que te fez pegar na caneta e escrevinhar uma música.
Lisboa – Lagos – Lisboa.
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
“Sex With Me”.
Se a tua vida desse um livro seria…
Livro não sei, mas podia ser um personagem do “Sinais de Fogo”, o Puigmal. O Jorge de Cena diz a certa altura que o colega, pelas experiências que punha em prática e mesmo sem nunca ter lido um livro, concluía o mesmo que os colegas de escola. Tipo macacos em ilhas diferentes que aprendem a lavar a fruta na mesma altura. Isso fascinava-me.
E se fosse uma canção?
“Space Oddity”.
O que podemos esperar do concerto de Cem Soldos?
Estamos a preparar um concerto memorável. E eu ando a escolher cuidadosamente o que
vestir.
Foto: Raquel Serra.
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