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Diego Armés, Deus Me Livro, Bons Sons, Bons Sons 2016
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RádioGrafia Bons Sons 2016: Diego Armés

Por Pedro Miguel Silva · Em 15/07/2016

“Desde sempre afecto ao rock alternativo, e seguindo referências que marcaram o indie-rock dos anos 90, Diego Armés fez parte de Feromona desde a fundação até ao último concerto, e hoje em dia é guitarrista e vocalista dos Chibazqui, dos quais também é fundador. As actuações a solo são como pequenas fugas a um quotidiano vivido habitualmente em banda. É nessas raras aparições que as canções tresmalhadas são chamadas ao palco e, apoiadas numa guitarra acústica frágil e solitária, surgem perante o público num registo que pede o silêncio dos presentes e o sossego em redor.”
(retirado do site oficial Bons Sons)

 

Bons Sons 2016, Deus Me Livro, Diego Armés

 

O primeiro disco em que tiveste de usar o dinheiro guardado no porquinho de barro.

“My Brother the Cow”, de Mudhoney.

A melhor das memórias.

Eu sei que é foleiro dizer que são todas, mas são mesmo. Fazem-me todas muita falta e assusta-me perdê-las. Gostava de as poder guardar para sempre e revisitar sempre que precisasse.

O artista ou banda a que o corpo ainda reage com um aumento de tensão sanguínea ou suores frios.

São muitos, todos maus e são difundidos no espaço público muito mais vezes do que eu poderia suportar. É por isso que o meu corpo reage da maneira acima descrita.

O melhor concerto a que já assististe.

Smashing Pumpkins em Cascais em 1996; Sonic Youth na Aula Magna em 1999 (acho eu); Beck no Coliseu dos Recreios em 1998; Lou Barlow na ZDB em 2005. Não consigo escolher entre estes.

Citação ou provérbio de eleição.

“A minha ambição é limitada pela minha preguiça“, Charles Bukowski. “Se perdermos, que se foda“, Cristiano Aveiro.

Um livro que leste e que ficaria bem usado como acendalha.

Antes de mais, nunca terminei um livro de que não tivesse gostado. Destes, vários ficariam bem como acendalha. Levando em conta a dimensão e o potencial combustível, diria que o “Moby Dick”, de Herman Melville, seria a obra ideal para começar atear uma lareira. Mas se William Golding tivesse trabalhado um pouco mais no “Lord of the Flies”, esse seria definitivamente o ideal para incendiar não só uma multidão de leitores convencidos por essa idiotice (comité do Nobel incluído) como também uma fogueirinha na praia.

O livro que, se não mudou a tua vida, terá pelo menos valido cada uma das pestanas queimadas.

São demasiados os que valeram a pena. Os que mudaram a minha vida não foram muitos. “O Manual dos Inquisidores”, de Lobo Antunes, mudou um pouco. Anos mais tarde, “A Jangada de Pedra”, de Saramago, mudou outro bocadinho assim. Mas mudanças mesmo sérias terão acontecido “durante os” e “depois de” “A Sul de Nenhum Norte”, de Charles Bukowski, “Ficções”, de Jorge Luís Borges, e “O Colosso de Maroussi”, de Henry Miller. Este último ficou-me ainda mais cravado na memória, pois estava a lê-lo quando o metro em que eu viajava parou a meio do túnel. Alguém se tinha suicidado debaixo da composição e eu estava lá dentro. Enquanto esperávamos para poder sair – e foi uma espera longa – li umas 70 ou 80 páginas do livro. Não consigo dissociá-lo do episódio.

O escritor ou escritora com quem gostarias de conversar por entre uns Mouchões e bolos dos santos (produtos tradicionais de Cem Soldos ou outro petisco qualquer).

Gostaria de juntar uns quantos, se possível já bem bebidos para que não se perdesse tempo com a formalidade e o gelo. Borges, Bukowski e Miller teriam de estar. Em havendo disponibilidade e vontade, traria ainda Gogol e Conrad, para ser mais animado. Isto na perspectiva de uma tertúlia masculina. Se a ideia fosse fazer uma festa, convidaria ainda a Dorothy Parker, a Alice Munroe, a Katherine Anne Porter e a Annïs Nin. Entretanto, antes de deixar entrar Hemingway, comprava pipocas.

O filme de que gostaste tanto que consegues vislumbrar alguns frames quando fechas os olhos.

“The Big Lebowski”, “The Deer Hunter”, “Eyes Wide Shut”, trilogia moralista-existencialista do Fincher: “Seven” + “The Game” + “Fight Club”. Podia continuar, mas são demasiados.

A cidade que já visitaste e para a qual te mudarias de boa vontade.

Almada. Por ser perto de Lisboa e mesmo de frente para esta.

O que gostarias de ter gravado na sepulture.

Livre – aluga-se.

O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.

Não é bem um prato. Pão saloio saído do forno de lenha, regado com azeite e temperado com sal marinho e alho picado. Se possível, acompanhar com um vinho tinto cheio de classe.

O maior medo ou fobia.

Acordar sem memória. Ou, em alternativa, dentro de um caixão já enterrado.

O que comprarias com Cem Soldos (o mesmo que dizer com uma valente pipa de massa)?

Um bilhete para os dias todos do festival. O que sobrasse, guardava para investir em gastronomia e licorosas dentro do recinto.

 

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