Já vai longe o tempo em que o rock alternativo viu despontar o seu lado feminino mais incendiário, mas a verdade é que apenas um nome resistiu à passagem do tempo, às mudanças de humor ou ao renascimento de estilos: PJ Harvey, siglas para Polly Jean Harvey.
Sexo, amor e religião é o triângulo emocional que tem atravessado sistematicamente as suas letras, tudo embrulhado em papel com motivos de humor negro e teatralidade. Musicalmente e um pouco à semelhança de Nick Cave, PJ Harvey já percorreu todo o globo musical, desde os tempos do rock incendiário, gingão e dançante de “Dry” ou “Rido of me”, até tempos mais recentes onde, em discos como “Let England Shake” ou o novo ” The Hope Six Demolition Project “, se deixou envolver pela política e as causas sociais. Pelo meio ainda houve rodelas como “Stories from the City, Stories from the Sea”, habitado pelo trip-hop e onde deu liberdade total à sua veia trovadora.
Para o seu nono disco de originais, “The Hope Six Demolition Project” – que segue uma visão conceptual -, Harvey viajou por lugares como o Kosovo, o Afeganistão e Washington, tendo gravado parte dele na presença de público na Somerset House, um reputado centro cultural londrino. A 27 de Outubro, PJ Harvey estará no alfacinha Coliseu dos Recreios para apresentar a nova rodela e, espera-se, revisitar outros momentos da sua carreira. O perigo de demolição, esse, está já posto de lado.
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