A areia à entrada. A areia que se prolonga por todo o percurso da exposição “Paradisæa • Lux Frágil 20 anos”, com a curadoria de Fernando Brízio, que estará patente até ao dia 11 de Novembro no Hub Criativo do Beato. Um convite a descalçar os sapatos e, com esse gesto simples de quem entra em casa, seja ela a praia ou quatro paredes betonadas, reencontrar as memórias, sempre pessoais, mesmo que partilhadas, de noites a fio no terraço, no piso de baixo ou na varanda em L. O Lux, aquele ponto de fuga, no meio de duas linhas infinitas: o rio e o caminho-de-ferro.
20 anos passaram. Uma Lisboa bem mais próxima de uma Cidade Branca do que é hoje, e onde o Lux funcionava como a transição entre uma certa boémia e um sentido de cosmopolitismo – que se desejava à época. 20 anos atrás, mais exactamente a 29 de Setembro de 1998, em Bufallo, Nova Iorque, os Mercury Rev lançavam “Deserter’s Songs”.
Numa composição geométrica bastante livre, o tempo criou um jogo associativo de 20 x 20 – 20 anos de Lux e 20 anos de Deserter’s Songs. Coincidências e reencontros felizes para um álbum que, nas palavras de Jonathan Donahue, “The world wasn’t exactly waiting for another Mercury Rev record”.
No próximo dia 27 de Setembro, os Mercury Rev aterram no Lux. Espera-se a nostalgia de uma noite de fim de Verão, mais uma camada fina de areia na memória que se reinventa no acto da (re)descoberta. A areia como trilho para os desertores. A deserção como acto individual e egoísta. Há momentos que queremos só para nós.
MERCURY REV | DESERTER’S SONG
Lux Frágil | 27 de Setembro | 22.30
Mais info | www.everythingisnew.pt/mercury-rev |
www.facebook.com/events/160379121326398
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