Para quem entrar em One-Punch Man (Devir, 2019)apenas neste nono volume, e mesmo que seja aconselhável recuar até ao início da série, estará longe de ficar às aranhas, cortesia dos sempre muito bem desenhados resumos que permitem dar um salto de fé e apanhar a carruagem em qualquer estação ou apeadeiro.
Saitama é o herói improvável, que combate o mal nos seus tempos livres e sem qualquer desejo de protagonismo. Esse quase anonimato e gosto pela sombra faz com que não tenha o reconhecimento dos seus pares, apesar de, juntamente com Genos, o seu discípulo, ter subido da classe C para a B.
Alguns volumes atrás, a profetiza Shibabawa previu um grande perigo para a Terra, que se concretizou pouco tempo depois. Os vilões foram derrotados, mas a cidade onde decorre a nossa história fica completamente devastada, sendo no seu lugar construída a nova fortaleza da Associação de Heróis. Precisamente o lugar onde surge, no arranque deste nono volume, Garo, um admirador de monstros que pretende recriar a história da vilanagem: “Ganharem sempre os mais populares, é uma tragédia. (…) Tornar-me-ei um monstro muito forte e mudarei a história”.
Enquanto Garo arrasa a Associação, Saitama, o 33º herói da Classe B – não que ele vá contando -, tem uma subida meteórica até à sétima posição. Uma subida algo estranha, uma vez que o herói não comunica as suas vitórias, o que quer dizer que alguém anda a testemunhar o seu heroísmo e a tratar das estatísticas vitoriosas.
O humor, característica principal desta série, está mais uma vez presente e de forma, como se quer, absurda. Um exemplo: enquanto o Sonic da Velocidade do Som – que quer derrotar Saitama – e Genos se prepararam para se desunharem um ao outro, Saitama vai apagando sem querer o que está no cartão de memória da PSP do King, que levou de emprestado sem pedir autorização.
Mas nem só de Sonic se faz a lista de candidatos a arrumar com Saitama. A 1ª heroína da classe B, a Sra. Nevasca do Inferno, entra em cena a todo o gás, apenas para levar com uma resposta à medida de Saitama: “Não preciso de jornais”. Depois das apresentações da praxe, Saitama recusa fazer parte do grupo de Nevasca, recusando a ideia de hierarquias e lançando uma bicada a quem promete aleijá-lo de forma acentuada: “Uma histérica não serve para nº 1”.
Mas é em Garo, que anos antes foi expulso da escola do Mestre Bang, que todos os olhares estão concentrados, numa sede de sangue que o oporá a heróis maiores como o Mestre Manga Cava, e que deixará o leitor a salivar pelo décimo volume – e por um muito prometedor duelo de Garo com o nosso nenuco predilecto. Game on.
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