Há quem diga que são um dos segredos mais bem guardados da música industrial desde os anos 1970. Liderados por Nigel Ayers, os Nocturnal Emissions foram uma das primeiras bandas a transformar o palco num espaço privilegiado para a teatralização, acabando por servir de inspiração a bandas como os Throbbing Gristle ou os Cabaret Voltaire.
Na alvorada dos anos 1980, a banda usou e abusou dos samplers e piscou o olho a uma electrónica barulhenta, desencantando uma sonoridade virada do avesso que encontrou eco em projectos como Foetus ou Negativland. Sempre de olhos postos na teatralização e recorrendo a vídeos e formas de projecção cada vez mais profissionais, os Noctrurnal Emissions nunca quiseram assinar uma grande editora, acabando por lançar, nos anos 1990, o Earthy Delights, site dedicado a promover muitas das suas convicções políticas e socias – como o desdém pela monarquia ou a defesa de que os cidadãos deveriam ter acesso ilimitado às viagens espaciais – e os seus muitos lançamentos discográficos.
Do seu currículo ressalta o facto de terem sido a única banda a dar um concerto no meio dos históricos motins de Brixton, no subúrbio Sul de Londres, em Abril de 1981. Actualmente, se quisermos apresentar uma entrada enciclopédica sobre os Nocturnal Emissions, será qualquer coisa como isto: “um projecto de sound art que cruza diversos estilos musicais, como a electro-acústica, música concreta, sound collage, post-industrial, ambient e noise”.
Depois de quatro décadas de actividade contínua, os Nocturnal Emissions estreiam-se nos palcos nacionais para três datas:
24 Março | 23h00 | Teatro Municipal do Porto – Rivoli
25 Março | 22h30 | Venha a nós a Boa Morte, Viseu
26 Março | 19h00 | Igreja dos Ingleses (à Estrela), Lisboa – primeira parte a cargo de Violeta Azevedo
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