O M.Ou.Co. – acrónimo de Música e Outras Coisas -, um já distinto espaço cultural portuense, completa um ano de actividade em Setembro, e promete várias intervenções artísticas, inaugurações variadas, coçar atrás da orelha do Manel Cruz e pôr os vizinhos de bairro a cantar os parabéns. Fica tudo o que há para saber à boleia do comunicado de imprensa.
Do Bonfim para o mundo. Aquele que já era um dos bairros mais cool da cidade do Porto cimentou o estatuto no último ano e, sem falsas (i)modéstias, uma quota parte da culpa pertence ao M.Ou.Co., o projecto alternativo que junta cultura, música, gastronomia, turismo e outras coisas mais num mesmo espaço. O poiso, que é já uma referência para visitantes de diferentes paragens, nacionais e internacionais, festejará o primeiro aniversário em Setembro, de 9 a 11. E a celebração, que acabará por estender-se até ao final do mês, elevará a assinatura do complexo – Stay, Listen, Play – a um novo patamar.
O programa está quase completo, exibe uma oferta de iniciativas diversificada e, como é apanágio, plena de identidade. A começar pela instalação artística que transformará um dos quartos privilegiados do hotel numa experiência sensorial, marcadamente visual e sonora.
Comunicações rádio de missões espaciais, ecos da selva amazónica, melodias do folclore shamânico de ayuahuasca e música ambiente típica de anónimas paisagens contemporâneas conjugar-se-ão com ‘kokedamas’ (bolas de musgo) suspensas, de diversas escalas e espécies vegetais, jogos de luz e sombras (chinesas incluídas) que invocarão ambiências imaginativas, a roçar o psicadelismo, mas também retroprojecções analógicas interativas e elementos decorativos artísticos e lúdicos.
Com assinatura do colectivo Logic is Overrated, e intitulada “Magazine Es·pa·ço”, a iniciativa, de portas abertas aos visitantes, pretende subverter o ‘normal’ conceito de quarto através de uma composição interior que exibirá uma grande variedade de linhas (inclusive de pensamento), recantos, texturas e objetos inusitados, a apelar à imaginação de cada um.
Mas, então, onde entra aqui a orelha do Manel Cruz, o músico que há quase um ano estreou a sala de espectáculos do recinto? Bem, ela já entrou por estes dias, no M.Ou.Co., não em jeito de Foge Foge Bandido, mas precisamente por doação da figura de proa dos ex-Ornatos Violeta (e também Pluto e Supernada), para assinalar o aniversário do lugar. Não dar por ela era estar cego, visto que a peça, em gesso, tem uma proporção digna de um colosso e está bem no foco de uma janela no lounge do bar. Da autoria do artista Hugo Castro, que estará presente na festa, a obra reproduz o ouvido externo de Manel Cruz e terá direito a inauguração e placa evocativa. A 9 de Setembro, às 19h00.
Uma hora antes (às 18h00), os vizinhos que habitam os bairros na envolvência do M.Ou.Co. integrarão a comitiva de convidados que cantará os “Parabéns” e participará no brinde previsto para a ocasião.
Baiuca, Blood Red Shoes, Grandpa’s Lab, Jejuno, estadias grátis e descontos…
Especial, o dia de festa será assinalado logo à entrada, no átrio, a partir das 20h30, com uma instalação luminosa com a assinatura da Grandpa’s Lab (empresa especializada em vídeo mapping e instalações audiovisuais) e uma performance ao vivo de Jejuno.
Já no palco de eleição, na sala de espectáculos, a música será outra. Às 21h30m da mesma sexta-feira (dia 9), os Baiuca (na foto acima), o projevto-revelação da música folktrónica galega, espanhola e mundial, darão outro significado ao ano 1 do M.Ou.Co., numa performance audiovisual de grande espectacularidade.
A banda mistura ritmos tradicionais galegos e electrónica contemporânea, criando uma “espécie de found footage que reinterpreta os códigos da música tradicional galega através de um olhar absolutamente atual, mas também futurista”, como salienta a directora cultural do M.Ou.Co., Sofia Miró.
O desempenho em palco levou os Baiuca a quase 90 concertos em pouco mais de um ano, em diferentes geografias internacionais. Em Espanha, o grupo actuou na maioria dos festivais de referência e habituou-se a esgotar lotações dos locais artísticos mais emblemáticos. Em Portugal, voltaram a dar show no Festival Músicas do Mundo, em Sines. O concerto no M.Ou.Co. acontece graças à colaboração com o SON Estrella Galicia.
As sonoridades serão outras na noite seguinte (10 de setembro), num regresso ao Porto da banda (de Brighton) Blood Red Shoes. Steven Ansell e Laura-Mary Carter trarão à Sala M.Ou.Co. (21h30m) o seu rock alternativo pleno de riffs. Em carteira: o álbum ‘Ghosts On Tape’, para agitar a cidade e não deixar granito sobre cimento.
Para premiar os visitantes que permitiram colocar o M.Ou.Co. no Top 3 dos melhores hotéis da cidade do Porto, na avaliação dos utilizadores da plataforma TripAdvisor, o complexo tem a correr uma iniciativa nas redes sociais que oferecerá gratuitamente uma noite de estadia e um par de bilhetes para um dos dois concertos na agenda do 1.º aniversário.
Além disso, os hóspedes e clientes que passaram já pelo hotel ao longo do último ano terão um desconto de 20% em reservas directas que forem efectuadas durante o mês de Setembro, para estadias entre Novembro de 2022 e Março de 2023.
Mas Setembro é também mês de Bia Ferreira (dia 5), que é, desde há quase uma década, uma das mais destacadas vozes brasileiras no que diz respeito aos temas relacionados com a comunidade LGBTQlA+, o racismo e a xenofobia; e Jota.pê (dia 30), com sonoridades que vão de Djavan a Caetano Veloso, passando pelo manguebeat de Chico Science.
SOBRE O M.Ou.Co.:
M.Ou.Co. é o acrónimo de Música e Outras Coisas. Localizado no coração da cidade Invicta, mais precisamente na zona do Bonfim, este é o primeiro hotel do País com um conceito multidisciplinar e assumidamente dirigido para o mundo musical. Com 41 estúdios e 21 quartos (repletos de evocações artísticas), restaurante, bar, piscina, esplanada e jardins, o complexo ocupa um total de cerca de cinco mil metros quadrados e assume-se como um espaço cultural de eleição. Para dar expressão máxima àquele que é o seu claim – “Stay. Listen. Play” -, o M.Ou.Co. dispõe de uma sala de concertos, três salas de ensaios, uma musicoteca, um espaço de saúde e bem-estar do músico e… uma infinidade de pormenores distintivos que convidam a uma descoberta prolongada e a uma experiência hoteleira repleta de sentido(s). O espaço aposta numa programação própria, que dá destaque a projetos musicais de relevo, tanto nacionais como internacionais. Tal como uma banda sonora, todos os seus cantos e recantos respiram histórias. E os animais também são bem-vindos.
Sem Comentários