A menos de um mês do arranque do NOS Alive, festival que toma conta do Passeio Marítimo de Algés nos próximos dias 6, 7 e 8 de Julho, há ainda tempo para novidades. A programação do Palco Coreto está fechada e, no que toca à entrada de novos nomes no cartaz, houve ainda tempo para encaixar Jorge Palma e Omah Lay.
Pelo Palco Coreto do NOS Alive’23, com curadoria pela Arruada, irão passar alguns artistas emergentes da cena musical em Portugal.
O primeiro dia recebe em palco a cantautora Marta Lima, a paisagem sonora de Homem em Catarse, o refrescante appeal jazz de Lana Gasparøtti, a complexidade sónica de Ligadura, o dj set de Matilde Castro e o R&B de y.azz.
No dia 7 de Julho, a curadoria traz o hip-hop de Juana na Rap, as canções pop de Rita Onofre, a excentricidade fusão de João Borsch e os sets das djs Helena Guedes e Trafulha.
Para o último dia (8), o NOS Alive recebe a voz e viola de Coastel, a abordagem à pop de Inês Marques Lucas, as canções especiais de Iolanda, o live/dj set de Sónia Trópicos, a electrónica pop de Peculiar e o set especial de Berlok.
Jorge Palma é a nova confirmação do Palco Heineken no segundo dia do NOS Alive (7 Julho). Compositor e intérprete admirado pelos colegas, amado pelo público, demasiado célebre para o papel de génio obscuro, demasiado genuíno e rebelde para ser um músico previsível e formatado, Jorge Palma é um caso raro em Portugal.
O seu percurso de vida observa-se sempre a par da música. Exímio pianista, começou a aprender a tocar este instrumento apenas com seis anos de idade. Durante a adolescência e a par da formação erudita, começa a interessar-se pelo rock’n’roll e, de um modo geral, pela música popular americana e inglesa. Durante os anos 70 e o princípio da década de 80, o seu percurso artístico dividiu-se entre as suas primeiras edições fonográficas em Portugal e as ruas e carruagens de metro de cidades europeias, como Paris e Copenhaga, onde enfrentava o público de guitarra em punho.
Terminou o Curso Superior de Piano em 1990 e, no ano seguinte, editou o emblemático álbum “Só”. Na mesma década formou o “Palma’s Gang”, e integrou projectos como os “Rio Grande” ou os “Cabeças no Ar”. Ao longo da sua carreira lançou vários discos de originais, compôs êxitos e somou discos de ouro, tendo atingido a marca da dupla platina com “Voo Nocturno”. A sua obra contém canções amplamente transversais com temas como “Frágil”, “Deixa-me Rir”, “Dá-me Lume” ou “Encosta-te a mim”, que se tornaram hinos intemporais.
Venceu o prémio José Afonso em 2002 e, em 2008 e 2012, foi o vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor intérprete individual. O seu álbum “Com Todo o Respeito” foi ainda galardoado pela Sociedade Portuguesa de Autores com o prémio Pedro Osório.
O período mais recente da vida do músico português é marcado por um momento de grande actividade no qual se destacam projectos como “Juntos”, em que partilhou o palco com Sérgio Godinho, e ainda a celebração de discos históricos como “Bairro do Amor” e “Só”, tendo este último resultado na edição de “Só ao vivo”. Em 2020 celebrou “70 Voltas ao Sol” no Castelo São Jorge, num espectáculo com uma orquestra de câmara dirigida pelo maestro Cesário Costa. Foi ainda agraciado com a Medalha de Mérito Cultural da Cidade de Lisboa e com a Ordem do Infante Dom Henrique.
“70 voltas ao Sol” foi editado em CD e vinil em 2021, tendo vencido o galardão de melhor disco nos Play – Prémios da Música Portuguesa. Em 2023 regressa com o novo álbum “VIDA”, o muito ansiado novo trabalho de originais.
Omah Lay é um dos mais inovadores e relevantes artistas da actualidade, graças à sua voz que tanto têm de sombrio como de brilhante, à sua narrativa evocativa e aos ritmos contagiantes que encontramos nas suas músicas. O músico irá actuar no Palco Heineken no dia 8 de Julho.
Desde cedo, Omah começou a fazer música como parte de um grupo de rap adolescente, com o nome de Lil King, decidindo anos mais tarde abandonar o microfone e aventurar-se na produção musical e, em 2019, tornar-se o produtor de eleição do bairro. Depois de produzir algumas músicas que tiveram algum sucesso em Port Harcourt, resgata o microfone e edita, em 2020, “Bad Influence” e o hino de rádio “You”, que impulsionaram o EP “Get Layd “.
O selo de afrofusion do cantor e produtor de 25 anos extrai, sem qualquer esforço, a sua profunda história pessoal com o género highlife da África Ocidental, bem como o entusiasmo pelos sons populares da sua geração – do rap clássico ao crescente império Afro-beats. Ao longo de seus dois EPs inventivos, “Get Layd” e “What Have We Done”, desvendamos na sua voz histórias e contos que navegam entre a introspecção e o romântico, habilmente colocados sobre instrumentais exuberantes e carregados de alma. Em camadas que se formam das suas vivências e confissões sinceras, a música de Omah Lay não retrata apenas um jovem que ousa revelar os seus vícios mais corajosos e sentimentos mais íntimos, mas também funciona como uma janela fascinante para o futuro brilhante e expansivo do Afro-fusion.
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