Se quisermos falar de instituições brasileiras, que tenham ou não banda-sonora, há um nome que terá necessariamente de vir à baila: Os Mutantes.
Representantes maiores do chamado tropicalismo brasileiro, construído por gente tão respeitável quanto Caetano Veloso, Tom Zé, Gilberto Gil ou Rogério Duprat, Os Mutantes foram o espírito da contra-cultura dos anos (19)60 que tomou de assalto o mundo, mas sempre com os dois pés – e a música – assentes no Brasil.
Fundados por Sérgio Dias, Rita Lee e Arnaldo Baptista, a banda a aventura pop a uma ávida sede pela experimentação, tendo criado um psicadelismo de assinatura e letras onde a sátira social fazia das suas. Os três primeiros discos são de se lhe tirar o chapéu – “Os Mutantes” (1968), “Os Mutantes” (1969) e “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (1970) -, e terão servido de inspiração a muito boa gente nos escaldantes anos 1990 – Beck parece ter bebido uns copos valentes desta licor -, quando o som da banda chegou a todo o lado.
Depois de um ponto final dado em 1978 – reza a história que no concerto final estiveram 200 pessoas -, Os Mutantes renasceram em 2006, conduzidos pelo guitarrista Sérigio Dias, o único membro que se manteve do trio fundador. Desde então lançaram mais dois originais: “Haih or Amortecedor” (2009) e “Fool Metal Jack” (2013), tendo em 2015 editado a compilação “A Arte de Os Mutantes”.
Após uma visita em 2007 para tocarem no festival Delta Tejo, Os Mutantes estão de volta e agora em dose dupla: 30 de Novembro no Armazém F, em Lisboa (22 euros), 1 de Dezembro no Hard Club, no Porto (20 euros – 18 em pré-venda).
Em palco, Sérgio dias terá a companhia de Dinho Leme, que integrou os Mutantes em 1968, a voz de Esmeria Bulgari e mais um conjunto de músicos de mais tenra idade. Faça-se a festa, com este tropicalismo não há frio que resista.
O Deus Me Livro irá marcar presença no concerto de Lisboa, fica prometida a foto-reportagem.
Sem Comentários