Nasceram há cerca de nove anos no Montijo e, desde então, têm vindo a percorrer pé ante pé o difícil caminho rumo ao estrelato ou, pelo menos, ao merecido reconhecimento. Depois de um EP editado em 2007 e de um LP de estreia – “Light Pollution”, de 2011 – que juntava o delírio jazzístico dos Morphine, o espírito revolucionário dos Rage Against The Machine, o empolgamento dos Faith No More e uns pozinhos da inquietude juvenil – e da acne – dos MGMT, os Moe`s Implosion editaram, em 2014, o sempre complicado segundo longa-duração.
Gravado n` A Casinha dos Xutos & Pontapés e masterizado num dos lugares mágicos para os amantes de whisky – o Tennessee -, “Savage” mostra que a banda viaja agora em novos territórios sonoros, trocando o frenesim descontrolado por um rock amadurecido em pipas de madeira indie, lembrando o que aconteceu com os Foals no período que decorreu entre “Totally life forever” e “Holly fire”.
É um disco onde a voz de João Sancho surge mais exposta, sentindo-se a espaços a necessidade de uma maior variação de harmonias que acompanhem a dispersão sonora controlada. O poder vocal está lá, trata-se apenas de o domesticar e moldar de acordo com os caprichos sonoros.
Musicalmente a banda continua a compor malhas irrepreensíveis, construídas com múltiplas camadas que vão da música ambiente ao jazz experimental, não esquecendo o rock incendiário que é, diga-se, a praia dos Moe`s Implosion. E que praia. Um disco para apreciar devidamente ao vivo, já que estes rapazes são do que melhor se pode encontrar em cima de um palco.
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