Cresce a olhos vistos o cartaz da edição deste ano do Vodafone Paredes de Coura, que se realiza entre os dias 13 e 16 de Agosto. Desde a última vez que fizemos contas por aqui, juntaram-se ao cartaz Being Dead, King Krule, Lola Young, Lander & Adriaan, Hinds, DIIV, Maruja, La Jungle e Gurriers. Ficam as curtas e sonoras apresentações.
Naturais de Austin, Texas, o trio Being Dead é reconhecido pelo seu espírito desmedido e pelas suas composições cativantes, repletas de harmonias imprevisíveis. Com uma mistura única de surf rock, garage rock e pop psicadélico têm mostrado que a combinação de diversão e profundidade emocional pode resultar em algo inovador e refrescante no cenário musical alternativo. Tal como pudemos ver no seu álbum de estreia, “When Horses Would Run” (2023), as suas influências eclécticas e a sua energia são muito fortes, criando uma sonoridade inconfundível.
King Krule é o pseudónimo de Archy Marshall, um londrino cuja combinação peculiar de composições honestas e espirituosas atraiu desde cedo comparações com antepassados punk díspares como Joe Strummer e Shane MacGowan. Marshall era apenas um adolescente quando foi comparado a estas e outras figuras que só atingiram o seu auge a partir dos vinte e poucos anos. Não demorou muito até Marshall tornar a sua individualidade aparente, com elementos de no wave, punk jazz, dub e hip-hop a marcarem gradualmente o seu som – que se distingue ainda mais pelo seu estilo irregular de guitarra rítmica – e a darem cor às suas narrativas poéticas.
Lola Young ganhou destaque na cena musical internacional em 2019. Com o lançamento do álbum “Intro”, mostrou ao mundo a sua capacidade de criar músicas emotivas e a sua impressionante habilidade vocal. Anos mais tarde, já com o lendário penteado mullet, lançou um álbum interpretado como destemido e com garra. “My Mind Wanders and Sometimes Leaves Completely” (2023) é, segundo a artista, “dirigido a todos os que pensam que as canções são sobre eles”. Em 2024 lançou “This Wasn’t Meant For You Anyway”, um projecto que tem tanto de irresistível como de inesperado, liricamente alimentado por raiva, paixão, talento narrativo e escárnio cómico.
O duo belga Lander & Adriaan compartilha uma paixão por sintetizadores digitais e pela música de dança underground dos anos 1990, que os uniu em 2020, durante o confinamento, para explorar jams simbióticas que, desde então, resultaram em lançamentos e actuações energéticas. A mistura de jazz irreverente com estilos de dança dos anos 1990 transporta o público para um universo de energia contagiante, com batidas frenéticas e melodias doces, tudo entrelaçado numa música de dança crua e única.
Hinds é um duo natural de Madrid, formado por Carlotta Cosials e Ana Perrote, que foram construindo uma carreira sólida e autêntica enquanto se destacavam pela energia contagiante e uma mistura de rock, pop e indie. Contam já com quatro álbuns – “Leave Me Alone” (2016), “I Don’t Run” (2018), “The Prettiest Curse” (2020) e “VIVA HINDS” (2024) – que, apesar de mostrarem uma abordagem simples e sonoramente aventureira, celebram a história que ambas partilham há já alguns anos.
Surgiram na cena musical DIY de Brooklyn no início da década de 2010 e, desde então, foram desenvolvendo a sua estética. Ao longo dos quatro álbuns gravados em estúdio que partilharam, os DIIV foram incorporando no seu convidativo mundo sonoro, os acordes da guitarra pop britânica, as estruturas minimalistas e os ritmos motorik da psicadélica alemã, a fúria exuberante do metal e a imersão sónica do shoegaze. Possuem uma presença ao vivo instigante e imersiva, firmemente situados num legado profundo de bandas de rock que ultrapassam fronteiras.
Pensem numa banda post-punk que encontra o free jazz, com letras enraizadas no rap baseadas na mensagem que pretendem transmitir. A isto adicionem uma sonoridade arrepiante de breakbeats implacáveis, loops de guitarra arranhados, saxofone intransigente e arranjos de baixo psicadélico. Juntamos isto tudo e temos os Maruja, uma das bandas mais carismáticas do Reino Unido. As suas composições transportam-nos para um mundo de diversidade, em que a sonoridade convincente e as letras culturalmente relevantes criam uma infinidade de segredos que nos são sussurrados.
La Jungle é o duo de techno/kraut/transe/noise que queremos na nossa vida. Naturais de Mons, cidade que fica situada na Bélgica, contam já com alguns anos de carreira. Apesar de o seu primeiro álbum ter sido partilhado apenas em 2015, estes já dão concertos desde 2013. No seu repertório podemos encontrar um total de seis álbuns gravados em estúdio – “La Jungle” (2015), “II” (2016), “Past//Middle Age//Future” (2019), “I + II + Remixes” (2021), “Fall Off the Apex” (2021), “Ephemeral Feast” (2022), “Blurry Landscapes” (2023) -, entre muitos outros registros, incluindo remixes, splits, gravações ao vivo e demos.
Os Gurriers utilizam a sua posição na comunidade para responder ao mal-estar da era moderna, com um álbum de reflexão contundente – “Come And See”. Neste projecto, a banda aborda uma ampla gama de temas, como a juventude marginalizada de Dublin, a experiência dos amigos imigrantes, a ascensão da extrema-direita ou a dessensibilização diante da violência, entre outros.
Os passes gerais para o Vodafone Paredes de Coura já se encontram disponíveis na DICE e nos locais habituais (FNAC, CTT e El Corte Inglés) pelo valor de 130€.
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Promotora: Ritmos
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