“É muito importante para mim”, diz Julia Jacklin, “que se consiga ouvir tudo em todo o disco, sem nenhum truque de estúdio a atrapalhar pelo meio”. A música da cantora e compositora australiana é assim: despida, intensa, vulnerável, plena de poder e autenticidade. Não há metáforas, alegorias ou outras cortinas a obscurecer os significados – tanto os arranjos como as letras são transparentes como vidros.
Canções como “Body” e “Don’t Know How To Keep Loving You” são feitas de observações e pormenores corriqueiros, que se juntam para desenhar quadros emocionais complexos. É música composta de pequenas faíscas luminosas, que se vão juntando e ganhando energia, até se transformarem em fogos florestais de grande violência.
O álbum de estreia, “Don’t Let The Kids Win” (2016, Polyvinyl Records), sinalizou-a como uma artista de enorme potencial. Mas foi com o segundo LP, “Crushing” (2019, Transgressive Records) que ganhou o lugar na primeira liga do panorama indie actual. O trabalho esteve muito presente nas listas de melhores discos de 2019, ganhou vários prémios internacionais e levou Julia a passear pelo mundo, de concerto esgotado em concerto esgotado – em Portugal, aterrou na 27ª edição do Vodafone Paredes de Coura, ainda em 2019, onde protagonizou uma actuação de boa memória.
Está para breve a chegada do terceiro álbum, “Pre Pleasure” (2022, Polyvinyl Records), prevista para 26 de Agosto. O primeiro avanço já roda nos streamings desta vida, com direito a vídeo no Youtube: chama-se “Lydia Wears a Cross”, e tem como musculatura interna a habitual intensidade e bravura.
O novo lançamento serve de mote para o regresso da australiana ao rectângulo lusitano; a 1 de Dezembro, pelas 22 horas, sobe ao palco do LAV, em Lisboa. Na primeira parte iremos conhecer a folk melódica da cantora Erin Rae, que apresenta o último trabalho “Lighten Up” (2022, Good Memory), produzido pelo americano Jonathan Wilson. Os bilhetes já estão à venda em bol.pt e nos locais do costume.
(Texto de Nuno Camões)
Promotora: Pic Nic
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