São três os novos nomes que passam a integrar a programação dos próximos meses da ZDB, o mais musical aquário da cidade de Lisboa: Julia Holter, que por ser um peixe já graúdo tocará fora de portas, Puce Mary e Croatian Amor. Nomes que se juntam aos já previamente anunciados Downtown Boys (8 Março), Sarah Davachi (13 Março), Colin Stetson na Igreja de St. George (8 Abril) e Giant Swan (16 Abril). Fazem-se, à boleia do press release, as sempre bem-vindas apresentações.
Julia Holter sedimentou-se como compositora essencial dos nossos tempos, aprofundando a pop, tornando-a num registo artístico profícuo de tacto barroco. Regressa agora à ZDB para um concerto fora de portas no Capitólio a 29 de Maio (actua também no dia 27 no Centro Cultural Vila-Flor, em Guimarães, e no dia 28 no Teatro Municipal da Guarda). Espectáculo muito especial, inserido nas comemorações do 25º aniversário da ZDB, que apresentará ao longo de todo o ano uma série de concertos fora de portas.
Na música de Julia Holter há lugar para inúmeros espaços, todos eles ocupados de tudo e até de silêncios que podem parecer vazios, embora sejam esculpidos para se preencherem de respirações que ficam em suspenso. “Aviary”, editado em 2018, é o seu quinto disco oficial. É mais um lugar suis generis na obra da compositora, um disco repleto de referências, que no entanto, não descura os arranjos vocais ousados regularmente presentes nos trabalhos do passado. Conferem-se momentos de expansão ilimitada, reflectem-se inspirações assumidas — Kate Bush, cânticos tibetanos e música medieval — reconstruindo-se sobre teclas vulneráveis, formando fortalezas sonoras que se aparentam efémeras, mas renascem robustas e culminam em noventa minutos de belas canções. Julia Holter subirá ao palco do Capitólio na presença de sete músicos, momentos de partilha e imponência contrastantes com a solidão do passado, em que a introspecção se agitava no epicentro da sua excentricidade musical.
“The Drought” (PAN records) é o mais recente trabalho de Puce Mary, que cruza o industrial com sonoridades bizarras, uma estreia em Lisboa a acontecer já no próximo dia 20 de Março, com os madeirenses Rui P. Andrade & Aires na primeira parte.
Na semana seguinte sentir-se-á a sensibilidade pós-humana, por vezes próxima de Arca ou Tim Hecker, do iconoclasta Croatian Amor, que põe em prática a melhor feitiçaria em prol de um registo que não pertence ao mundo real. Loke Rahbek apresenta o seu mais recente trabalho, “Isa” (2019), em primeiríssima mão na ZDB. Vai ser a 29 de Março.
Bilhetes Julia Holter
27 Maio – Centro Cultural Vila-Flor – Bilhetes
28 Maio – Teatro Municipal de Guarda, Guarda – Bilhetes
29 Maio- Capitólio, Lisboa – Bilhetes
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