Quando pensamos em Star Wars, há uma série de coisas que nos vêm à cabeça: o sabedor e fofinho yoda, que oferece sábios conselhos reinventado a gramática; Han Solo, alguém com um sentido de humor estratosférico, uma alma de contrabandista e um coração de manteiga; os irmãos Luke e Leia que, por um triz, não protagonizaram um “Maias no Espaço”; ou Darth Vader, o vilão mais cool de sempre, que fez com que olhássemos para o lado negro com complacência e deleite. Há, porém, uma outra coisa sem a qual o empreendimento Star Wars não seria o mesmo: as bandas sonoras compostas a régua e esquadro por John Williams que, de certa forma, são o seu coração.
“Star Wars: The Last Jedi”, o último capítulo sonoro saído da mente de John Williams, não foge ao brilhantismo das anteriores bandas sonoras, juntando e reinventado velhos clássicos a (poucos) novos temas que constituem algo muito semelhante a um requiem espacial, navegando entre a calma e o rebuliço, com cordas e sopros que nos fazem viajar entre a nostalgia e algo completamente novo. Basta ouvir “Main Title and Escape”, o tema de abertura, para se ter uma ideia da viagem espacial – e à velocidade da luz – que nos aguarda.
Depois de no volume anterior – “The Force Awakens” – ter apresentado ao mundo os novos personagens através da música, todos eles são agora já parte da família, assim como a música que os caracteriza. O mais incrível, porém, é que nada disto serve apenas para acompanhar as imagens que são servidas no ecrã. Tratam-se, antes, de 80 minutos que se ouvem como uma sinfonia clássica, um épico para o qual não são necessários frames para que se acenda a luz do brilhantismo. A par de Ennio Morricone, John Williams é sem sombra de dúvida o compositor maior de bandas sonoras. Que a Força, aos 85 anos, permaneça com ele até à eternidade.
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